quarta-feira, maio 24, 2006

Se é para denunciar à Carrilho...

... de forma vaga então fica aqui um par de casos, sobre gente que trabalha na comunicação social, em cargos de algum relevo.
.
1) Há uns 3 anos, salvo erro, vi-me na contingência de ocupar tempo na secretária de um editor com "peso" num grande órgão de comunicação social.
Disseram-me para esperar e procurar qualquer coisa para me entretar no dito computador. Não me foi dito para não tocar em nada "sensível" ou "confidencial",e mbora o PC fosse mesmo "pessoal" e não daqueles em rede onde todos entram.
Distraidamente, fui abrindo ficheiros de uma pasta que tinham nomes de gente conhecida. Eram perfis dessas pessoas para uma publicação de outro grupo empresarial, concorrente, e que eram assinado por uma outra pessoa, mais dada ao "social" e com carências ao nível da escrita.
Caso claro de um ghost-writer em que alguém com mais capacidades, mas com algo a ganhar, vende o seu tempo e talento a outrém de menor valia intelectual mas carteira plena, em troca de refeições em bons restaurantes, estadias em bons hóteis e convites para a "cobertura" de determindos "eventos" onde se conhece "gente gira".
.
2) Um conhecido meu dos tempos da Faculdade, que felizmente não lê este blog, sentiu-se injustiçado pelo destino que ia tendo nos anos imediatos á licenciatura. Via gente da sua geração, de menores méritos, singrar nos meios comunicacionais, chegando a articulistas de nomeada e a cargos de chefia. Vai, mudou a agulha ao prego e tornou-se jornalista, na variante da Economia e da elaboração de "perfis" de gestores e empresários de sucesso. O rapaz sabia escrever bem e já estava na fase do "já não me interessa se isto é mesmo assim, eu quero é passear". As visitas aos empresários em causa nunca acabam de mãos vazias. Os convites para as viagens - tal como o outro - para "cobrir" certos eventos internacionais someçam a cair na mesa. As estadias em Londres, Barcelona, Nova York. Os convites anexos para espectáculos na berra. O que qualquer alma descansada sempre quis da vida.
Dramas de consciência? Não me parece tê-los, pois acha que está a penas a cobrar aquilo que merece pelos seus serviços.
Há notícias "plantadas" na área da Economia e Finanças?
Claro que as há, é onde elas surgem com amior frequência e sofisticação, adquadas a cada tipo de órgão de informação.
É fenómeno novo?
Não.
Está agora mais disseminado?
Sim!
Porquê?
Porque se já não acreditamos em nada, nem em ninguém, o rigor e o valor da verdade passam a ser relativos e meramente instrumentais.
E porque cada vez as ambições e os interesses clamam mais alto a sua fatia da alma de muito boa gente.

AV1

Sem comentários: