segunda-feira, outubro 16, 2006

Impermeabilizar as margens do rio




Todas as margens do rio, na orla ribeirinha da Moita, foram zonas permeáveis de infiltração de águas pluviais e também das águas do rio. Eram antigas salinas ou esteiros onde as marés entravam e saiam, como ainda se pode observar no Rosário em Sarilhos Pequenos e em certas zonas ribeirinhas de Alhos Vedros. A descarga de terras para encher as salinas na margem oeste da Moita, aconteceu quando foi feito o dique em 1993/1994, mas apesar das terem aterrado, quando as marés são mais altas, as chamadas marés vivas, o rio ainda galga por essas terras reclamando o que lhe pertencia.
O sistema de entrada e saída das marés nessas antigas marinhas desactivadas fazia com que o rio se limpasse por ele próprio e dava vida a uma fauna e flora, próprias do nosso estuário, como o caranguejo, o camarão do rio e diversas espécies de bivalves, a vegetação autóctone como as salgadeiras drenavam as margens dentro da permeabilização que os terrenos barrentos permitem, pois todas as lamas são barros e no subsolo criam buracos que se enchem de água, uns maiores outros menores...
Essas antigas salinas e esteiros já desde o princípio do séc. 20 foram aterradas na margem leste, para fazer o largo atrás da casa da Câmara, mas nunca foram empedradas totalmente como agora se pretende.
O que está a acontecer no recém empedrado marginal moiteiro é que por baixo do empedrado continuam bolsas de água pluviais e infiltração de águas do rio. A drenagem nunca será total devido ao terreno ser feito das antigas lamas e por isso barrento, por isso nunca se poderia ponderar em utilizar a impermeabilização dada pelo empedramento total das margens do rio em frente da caldeira da Moita.
Problemas como este foram detectados na construção da nova marginal, mas as obras continuaram e agora defronte ao rio ao limparem o terreno de árvores como aqui foi noticiado encontrou-se depois da escavação mais uma bolsa de água que sem chover está já neste estado e que quando começarem com força as chuvas, não aguentará nenhum empedramento e cederá, deixando o empedrado com buracos em toda extensão da zona de intervenção na marginal, uns maiores outros menores conforme as bolsas de água por debaixo sejam elas menores ou maiores.
O empedramento da marginal foi uma má opção e demonstra um desconhecimento grande dos que a conceberam e da empresa Catalã que possibilitou as infraestruturas e todos os equipamentos.
O rio vai reclamar o que lhe pertencia, ainda por cima agora que com o aquecimento global as águas do mar vão subir e muito rápidamente.

AV2, com fotos de leitor identificado.

10 comentários:

Anónimo disse...

Quando ao aquecimento o problema está resolvido. mergulhamos lá a cabeça de um amigo nosso e aqui congela logo.

Anónimo disse...

Quem será que tirou as fotos?
Deve ser conhecido da malta toda para só ter conseguido tirar as fotos ao fim de semana, deve ter tido receio de ser identificado com o blog.

Anónimo disse...

Mas o que interessa é a situação ou o autor das fotos?

Ponto Verde disse...

Em que sitio vão pôr a estátua do D.José?

Anónimo disse...

Ao lado do D. João, claro...

Anónimo disse...

Caro(barato) AV2, o sr. demonstra uma quase completa ignorância (note que estou a ser benevolente consigo), sobre o assunto, em epígrafe.Se ao menos fosse menos arrogante ...
Uma intervenção sobre estes solos, terá de ser sempre na forma de calçada. O que está mesmo mal é o alcatrão porque não é permeável, nem se molda à futura deformação por abatimento das lamas, que são o substracto. A principal função das salgadeiras é a de consolidarem as margens ao mesmo tempo que dessalinizam as lamas compactadas.

Anónimo disse...

Caro Nandinho,
Sabendo o amigo tanto sobre o assunto, quase diria que seria uma boa aquisição para a equipa da CMM no local.

Mas tem toda a razão quanto á utilização do empedrado.
Mas saberá que isso não chega, é necessário estudar os movimentos dos solos e o sentido da escorrência das águas e tal.

Não é?

Anónimo disse...

Dirigi-me a AV2, responde AV1.Das duas uma, AV2 não tem capacidade de resposta, é um verbo de encher bloge.

Anónimo disse...

Dedução errada.
O AV2 não tem é a pachorra que eu tenho para todo o tipo de inanindades que por aqui passam.
Não será completamente o seu caso, pois escreveu coisas com algum sentido.
Mas aqui reina a solidariedade.
Somos sportinguistas mas achamos que o et pluribus unum é a única coisa do Benfica que se pode aproveitar.

Anónimo disse...

Vou desculpar, só porque são sportingistas.