terça-feira, maio 29, 2007

Lobo Dixit

Lá vamos nós a novo naco da entrevista de João Lobo, edil moiteiro:

VB – De qualquer das formas, eu espiolhei um pouco esse documento e constatei que, ao que me parece, a polémica sobre o PDM se situa, especialmente, quanto à reconversão do solo ecológico ou agrícola em urbano e isso poderá duplicar a ocupação populacional num período de 10 anos, pelo menos, porque é a vigência do PDM. Para além disso, há críticas da oposição que alega que isso permite o favorecimento a promotores imobiliários que, diz também a oposição,”serão sempre os mesmos”. Quer comentar?
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JL – Primeiro, quando se mexe no território mexe-se em interesses, seja em que sentido for. A revisão do Plano Director mexe também com interesses. Nós quando avançámos com a revisão do Plano Director definimos uma estratégia e ela era o fundamental e tudo o resto vem atrás dessa estratégia. Ou seja, tudo o resto vem atrás dela, o que quer dizer que as alterações que surgem e que, porventura beneficiem este, aquele ou aquele outro vêm de acordo com a estratégia definida e o interesse público. Depois, é falacioso porque repare: o município da Moita é um município que pelo Plano Director Municipal actual 26.7% do seu solo é urbano. Quer dizer que de 5.500 hectares, 1.470 hectares são urbanos e o crescimento em relação ao existente é de 28.5%,ou seja, crescendo o perímetro urbano de 1.470 para 1.890 hectares, cresce mais 420 hectares. Mas, desses 420 hectares de crescimento urbano), só 172 hectares são para uso habitacional porque 90 são para uso múltiplo e 102 hectares, ou seja 24% do crescimento, são para zonas verdes; 16 hectares para equipamentos e 40 para infra estruturas e espaços canais ou seja dos 420 hectares de crescimento 248 são para actividades económicas, equipamentos, infra estruturas e espaços verdes.

Antes de mais registe-se o saudável acto de espiolhar do(a) jornalista.
Coisa corajosa nos tempos que correm.
A menos que lhe tenham dado o que espiolhar para espiolhasse o que é espiolhável.

Depois vamos lá umas quantas coisas:

  • Quando se mexe no território realmente mexe-se em interesses. Por isso mesmo é que há quem considere estranho que, estando a mexer-se em "território", subitamente existam transferências de propriedades ao preço da chuva que, por artes mágicas, passado pouco tempo, são objectos de "protocolos" que multiplicam o seu valor.Em anterior entrevista JLobo afirmou que quem investiu nesses "territórios" teve visão.O que eu estranho é que a CMM tenha validado essa especulação com a sua acção, pois foi ter com os novos proprietários e garantiu-lhe um lucro muito antes de se saber se o PDM ia ser aprovado ou não. Enquanto na Barra Cheia se afirma nesta entrevista que os direitos só são concedidos a quem possua direitos sobre a terra há 10 anos, em outros locais do concelho essa "preocupação" não ocorreu.
  • Ainda hoje não vi explicada qual a "estratégia" atrás da qual vem todo o resto. Há uns anos havia a estratégia do corredor verde. Pelos vistos não é essa. Ainda antes disso era a frente ribeirinha e o PROQUAL e a Agenda XXI e isso tudo que eram a estratégia. Morreram por falta de ânimo e capacidade de anagariar fundos. Depois falou-se numa nova centralidade no arco ribeirinho da Margem Sul. Neste momento, esse tipo de protagonismo foi completamente bloqueado com o avanço da Câmara do Barreiro nessa direcção. Afinal essa estratégia era e é o quê, se não é indiscrição questionar?
  • O que é que é falaccioso? A mancha prevista para construção em torno da EN entre Alhos Vedros e a Moita é o quê? Uma ilusão de óprtica nos mapas do projecto de PDM? Dizer que 24% do que hoje vai passar a ser espaço urbano se destina a espaços verdes não é o mesmo que dizer que 76% desses espaços que não eram urbanos vão passar a urbanos? E de que actividades económicas se fala? Supermercados e cash and carry? Qual é a indústria de relevo que se vai instalar no concelho?

7 comentários:

Anónimo disse...

Ora bem! Já vi que lhe está a dar gozo desmontar a farsa. Divirta-se!

Diga-me... está a guardar a parte sumarenta para o fim?

Até mais.

AV disse...

Obviamente!

Mas há sempre quem se possa antecipar.

Anónimo disse...

Para quem está de fora, parece-nos que a discussão se tem centrado muito em 2 ou 3 pontos: Barra Cheia, Penteado e Fontainhas.
Mas e o resto?
E as alterações cirúrgicas noutras freguesias?
Em Sarilhos?
No Gaio e Rosário?
É fulcral para todo o processo que se volte atrás aos anos 98, 99, 2000 etc e se relembre toda a actividade, ou grupos ou festas ou apoios ou patrocinios que se deram.
Porque é que a empresa tal apoiou o evento tal.
Porque é que A apareceu no sitio tal.
Além dos grandes interesses já referidos (caso das Fontainhas)
outros interesses menores, mas não menos importantes imperaram.
De pessoal da terra, que também comprou propriedades ao preço da uva mijona e espera pela aprovação do PDM para, com o famoso alvará de loteamento, fazer o negócio multimilionário.
O norte da Freguesia de ALhos Vedros, apesar de estar metida quase dentro das salinas e da zona ribeirinha é muito apetecivel. E aquela propriedadezinha no Gaio, então...
Nos jantares de 4ª feira, promovidos por uma certa Organização de renome deve ter havido muita Rota...tividade destes "pequenos interesses"

Anónimo disse...

Eu sempre disse que as pessoas estavam a olhar muito para a "Várzea" e a esquecer o resto do concelho, mas... como quem se mexe é quem lhe dói o dente, e neste caso foi a malta da "Várzea", o que se fala são os casos que os incomodam mais.

Esquecem-se que também toda -- ou quase -- a zona agricola que vai da Moita ao Gaio e da zona de Sarilhos Pequenos (no que se incluí a Quinta do Esteiro Furado); e que hoje em dia tem as forragens para o gado leiteiro, também está toda marcada como REN.

Exceptuando, claro, os terrenos dos "amigos".

Concordo completamente que este PDM tem de ser visto e analisado com muita atenção e vêr quem comprou o quê e quando e que mudanças interessantes esses pedaços de solo passaram a ter.

Se os interessados nessas zonas fornecerem o material podem crer que aqui e n'O Plano não o deixaremos de publicar e publicitar.

Até mais.

Anónimo disse...

"Obviamente!

Mas há sempre quem se possa antecipar." - AV1

Ah! Não. E tirar-lhe logo esse prazer. Eu já levantei as pontinhas óbvias o resto deixo para outros a diversão.

Até mais.

AV disse...

Eu como sou muito ignorante, agradeço mesmo que me comuniquem tudo, de preferência com bonecos.

Como todos sabem - incluindo os críticos - aqui garante-se a máxima confidencialidade a todos os interessados.

Anónimo disse...

O Lobo devia ter vergonha ao ter sempre como preocupação enganar o povinho. Então não é que ele diz que a área do território moitense é 5500ha quando desta área faz parte 1133ha de água do estuário do Tejo. O presidente da câmara terá de refazer as contas para a área de 4400ha que é a área de terra deste concelho.