segunda-feira, outubro 03, 2005

Boas Vindas




Nesta imagem que bem simboliza a degradação do "centro histórico" de Alhos Vedros - afinal sempre era perto daqui que começava a antiga Rua Direita da vila, que passava pelo Pelourinho, pela Misericórdia, pela Cadeia e por muitos dos edifícios mais nobres da terra no início da Idade Moderna - por onde as requalificações não passam, o que mais me surpreende é o facto de ainda não terem roubado o painel de azulejos com o nome da terra, como fizeram do lado contrário da vila, defronte da entrada da Gefa/Guston ou como fizeram ao painel com motivos florais que ficava na rua Major-Aviador L. Fernandes.
Mas não há que desesperar porque certamente estará previsto um belo caixote de casario para todo este quarteirão, respeitador da "traça", claro, como o que fizeram frente ao CRI e, por tabela, o desaparecimento e olvido desta placa toponímica certamente quase secular.
O que me faz pensar, de novo, que espólio terá a CMM guardado, e em que estado, para expor, caso avancem mesmo projectos de carácter museológico.
É que Alhos Vedros foi, na sombra de Palmela e da Ordem de Santiago, uma das únicas três sedes municipais de toda a Margem Sul até ao século XVI mas, por obra do acaso e do "movimento" tão acelerado do concelho, actualmente pertence ao único em que não existe qualquer tipo de estrutura museológica.
É que de tanto andarem em "movimento", certos espíritos se esquecem que o passado e a preservação da sua memória não é "coisa de mortos" ou "um monte de paredes quase todas a cair".
É que requalificação urbana é mais do que passeios e lampiões.
E só quem é ignorante ou age de má-fé pode achar que a intervenção feita em Alhos Vedros tem algo de vagamente parecido com a preservação dos centros históricos de vilas com as suas tradições.

AV1 (com foto do Oliude, já publicada no AVCity)

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