Como se esperava

Foi o debandar dos opinadores do Jornal da Moita.
De tanto quererem aparecer, desapareceram todos.
Menos um.
Aquele que, como já aqui tínhamos destacado, apontávamos como exemplo dos que escreviam à última da hora para «se elogiarem a si mesmos [e] para garantirem um futuro pós-Eurídice», é o único que aparece a dizer presente e a espetar o primeiro prego no caixão da direcção do PS-local.
Eu sei que é aborrecido fazer este tipo de consideração ad hominem, mas VPM e o seu texto Tudo pela Dignidade merecem que se diga que é exactamente este tipo de acerto de contas a quente, com os oponentes internos em baixo e indefesos, que nada faz pela dignidade de ninguém, nem de quem se ataca, nem (em especial) do próprio atacante.
Pisar quem está no chão, para realçar o seu próprio desempenho é algo de atrozmente indecoroso.
Percebe-se que é um texto pensado pré-eleições, pela extensão e elementos trazidos a público.
Percebe-se que é o resultado de um sentimento de ingratidão pelo trabalho que se julga ter feito.
Percebe-se que este é um momento atractivo para brandir o machado e fazê-lo cair sobre o pescoço dos que se apontam como culpados de um fracasso.
Percebe-se que é uma forma de chegar à frente e marcar lugar para o que aí virá.

Mas não é menos verdade que é um acto de vingança pura e dura, pleno de ressabiamento e, no fundo, algo de muito, muito feio.

AV1