sexta-feira, outubro 07, 2005

Declaração de voto

No próximo Domingo vou, pela primeira vez, votar numas eleições autárquicas.
Não que tenha acabado de fazer 18 anos há pouco ou algo parecido, muito pelo contrário, infelizmente.
Eu passo a explicar:
O meu direito ao voto nunca foi exercido até hoje em eleições locais porque, por um lado, o PC e as alianças por ele lideradas sempre me parecerem responsáveis pelo imobilismo em que o concelho se atolou e em particular a freguesia de Alhos Vedros. Enquanto alguns concelhos à volta, com gestão da mesma tendência, iam superando a crise dos anos 80 e conseguindo algum desenvolvimento, a Moita foi perdendo competitividade em termos relativos. É certo que hoje o concelho está melhor do que há 30 anos mas, em paralelo com o Barreiro, está menos bem do que outros com as mesmas características.
Por outro lado, as oposições locais nunca me atraíram, quer porque se mostravam incapazes de erguer um projecto coerente e de mobilizar as forças para um combate a sério contra a hegemonia do PC, quer porque as vaidades e os interesses pessoais sempre substituíram as ideias.
Este ano, por uma vez, sinto-me com vontade de votar por três ordens de razões:

1) O estado de declínio relativo do concelho da Moita e da freguesia de Alhos vedros, mesmo no contexto da Península de Setúbal, é algo indesmentível e que só os fiéis, os crentes e os interessados numa Verdade única podem afirmar não ver. Chegou o momento de tentar travar este processo de decadência e erosão da nossa auto-estima e por isso desta vez acho imperativo não me abster.
2) O que se projecta para o futuro – caso do PDM – é o agravamento de tudo o que de pior eu encontro no concelho, ou seja, projecção do aumento da população e suburbanização do espaço urbano e periurbano dos núcleos habitacionais, sem as equivalentes medidas de preservação do ambiente e património e sem que as necessárias infraestruturas de apoio estejam devidamente acauteladas. Portanto, é indispensável votar contra este modelo de desenvolvimento para o concelho e evitar que ele seja implementado.
3) Desta vez, existe uma força política que consegue apresentar uma equipa em que eu consigo acreditar e em cujo afecto pela nossa terra me parece genuíno e não apenas instrumental, como forma de atingir algum poder. A candidatura do Raminhos à Presidência da CMM é uma lufada de ar fresco e ninguém consegue, a menos que seja com muita má-fé, apontar-lhe defeitos que não sejam o não estar envolvido nas mesquinhas lutas políticas locais ou a inexperiência nos meandros da gestão autárquica. Também a acção do sindicalista Chora na Autoeuropa me merece a maior admiração pelo bom-senso que tem vindo a revelar e está longe dos bichos-papões com que o pessoal do centro-direita gosta de apontar às esquerdas.
.
Por tudo isto, no dia 9 irei votar na lista do Bloco para a CMM, encabeçada pelo Raminhos, assim como nas restantes listas apresentadas por esta formação partidária.
Quem não concorda comigo, tem todo o direito de o expressar mas, espero, que me reserve a mim também o direito de ser claro e objectivo na minha declaração e não a deturpe por conveniências mesquinhas do momento.
.
Para tornar as coisas mais claras, afirmo desde já o que considero uma Vitória e uma Derrota para mim, quanto ao desfecho das eleições de Domingo.
Critérios de Derrota: Existência de uma qualquer maioria absoluta na CMM e não eleição do Raminhos como vereador. Considero os resultados nas Juntas de Freguesia menos relevantes, porque não é por elas que passa o "grosso" da "coisa".
Critérios de Vitória: Inexistência de uma maioria absoluta ou, caso exista, de uma maioria contrária na Assembleia Municipal e eleição do Raminhos como vereador. A cereja sobre o bolo seria o Bloco passar a coligação PSD/CDS em número de votos.

AV1

Sem comentários: