terça-feira, outubro 04, 2005

Dicionário Autárquico VIII

P de Promessas – tantas que parece um Natal antecipado. Os que estão, para além de já terem cumprido tudo o que nas suas palavras era possível e imaginável, ainda prometem mais em listas infindáveis de formas maravilhosas de melhorar a nossa vida. Os que não estão mas querem estar, aguentam e sobem a parada com mais de promessas mil, todas elencadas em bonitos folhetos, mas sem a devida explicação sobre como será possível colocá-las em prática. Nos tempos que correm só os ingénuos podem decidir o seu voto apenas com base neste tipo de discursos demagógicos e que, como já se sabe, nunca são cumpridos com a maior desfaçatez e as justificações que já se sabia antes que iriam ser usadas. Enquanto as promessas, compromissos, ou o que lhes queiram chamar, não surgirem lado a lado com os meios necessários à sua implementação e uma calendarização que permita depois verificar a sua execução, não passam de palavras que o tempo e o vento levarão.

Q de Qualidade
– de vida, seja política ou a do mero dia a dia, tem vindo a estagnar (esta) ou a decair assinalavelmente (aquela). As promessas de bem estar à beira rio são falaciosas quando se vê no Tejo um mero pretexto propagandístico e um chamariz para novos habitantes de urbanizações massificadas e incaracterísticas. Quando o ciclo vicioso passa por apresentar queixas quanto à insuficiência de equipamentos colectivos, cuja responsabilidade se atribui ao Poder Central, mas depois se promovem novos aglomerados populacionais que irão agravar ainda mais as situações de carência e/ou ruptura, há algo que não bate certo. Quanto à qualidade da vida política nem é bom falar, atendendo ao nível a que desceu em termos de protagonistas e conteúdo. Esta campanha tem sido um exemplo para esquecer de vazio de ideias sérias sobre o concelho e como o desenvolver de forma sustentada, em especial por parte das duas principais candidaturas. De um lado, em vez da coragem de se assumirem os erros do passado, atiram-se as culpas para os Governos; do outro, em vez de se apresentarem propostas concretas exequíveis e rigorosas, entra-se na demogogia populista. Atrás disto, os aparelhistas de ambos os lados sacam das armas mais à mão e degladiam-se em violentos ataques corpo a corpo, sem qualquer tipo de debate construtivo. É pena, é muita pena.

AV1

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