E depois ?

Telefona-me há pouco o AV2, em certo alvoroço, "então AV1 (nós mesmo ao telefone tratamo-nos assim, que é por causa das escutas...), não postas nada sobre a proibição que o Vaticano vai decretar quanto à impossibilidade de homossexuais serem sacerdotes ?"
E eu, meio atarantado pois não sabia do que se tratava, gemi um "não sei de nada, vou-me informar... e depois já vejo."
Ora bem, já me informei muito resumidamente (mas para o efeito chega e sobra) e aqui estou a dizer que nem concordo, nem discordo, antes pelo contrário.
É assim se eu me puser a analisar a mensagem de fraternidade cristã e de amor pelo próximo, posso achar incoerente essa discriminação.
Mas se olhar para a Igreja como uma organização, com os seus estatutos, a sua doutrina e os seus direitos de admissão de novos sócios ou funcionários, ou lá o que é, acho que tudo bem.
A sério.
O AV2 é capaz de desenvolver a sua análise mais fundamentada, mas eu deixo já aqui a minha posta de pescada ao sol, afirmando que a Igreja Católica tem todo o direiro de só admitir nos seu quadros quem bem entender.
Eu, por exemplo, não queria o Luís Filipe Vieira (adepto benfiquista) e o José Veiga (adepto portista) como membros da direcção ou mesmo como apanha-bolas do Sporting.
E também não vou ter paciência para aqueles hipócritas de esquerda, muito pressurosos nas suas purgas internas, que vierem de goela aberta a clamar contra o Papa.
Não gosto do género do homem, é certo, mas pelo menos é coerente.
Tão coerente como a malta do PC que expulsou todos os renovadores que conseguiu.
Mais coerente do que expulsar alegristas de reuniões do aparelho do PS por causa das Presidenciais.
Muito mais coerente do que haver dirigentes do Bloco que são em privado declaradamente homofóbicos, mas que publicamente dizem defender os direitos das sexualidades alternativas.
Mas isso acho eu, mas claro que sou um empedernido ateu/agnóstico (para os católicos) e um cripto-fascista (para as esquerdas bem-pensantes).
Preparo-me para levar porrada de todos é o que é.

AV1