quarta-feira, novembro 30, 2005

Aos poucos...






... o Pai Natal vai deixando as suas prendas no sapatão.
Antes de mais, as 450 páginas de puro delírio da autiobiografia dos Monty Python, com fotos daquelas mentes perversas e alucinadas desde a infância e um chorrilho de depoimentos dos próprios, no qual se destaca, como sempre, John Cleese, autor da seguinte tirada:

«Uma coisa que me caracteriza, penso eu, é a minha crença genuína de que as pessoas devem fazer, em termos globais, o que querem fazer. Isto é uma aproximação revolucionária ao comportamento humano.» (p. 300)

Já o livro do Adrian Mole é o último de uma série praticamente geracional, pois o tipo tem quase a minha idade e entrou para a primária quando eu a estava a acabar. Os seus dramas acompanham-me desde os seus 13 anos que, quando eu tinha 16, achava já ultrapassados e risíveis mas, curiosamente, com o passar do tempo, se continuaram risíveis, começaram a ser muito familiares, em especial o desajustamento quanto à forma como o mundo anda. Tenho todos os anteriores publicados em Portugal, à excepção do Cappuccino Years que alma amiga levou emprestadado há cinco anos e ainda não mo devolveu. Mas o Adrian envelheceu e como tal, ao fazer 35 anos em 2003, escreveu no seu diário:

«Tenho 35 hoje. Estou oficialmente na meia-idade. É tudo a descer a partir daqui. Um deslizar patético em direcção à doença das gengivas, rampas para cadeira de rodas e morte.» (p. 328)

Ainda mais deprimente só o livro do Philip Roth que imagina uma América em que em vez de eleger Roosevelt nos anos 30, elegeria Charles Lindbergh, o famoso aviador, e profundo anti-semita. Deste livro, porque o estou a guardar para quando estiver mais bem disposto e precisar de antídoto, não vos dou nenhuma citação para baixar o moral. Há edição em português, mas custa o dobro do dinheiro, diferença que dá para pagar o envio da Amazon de todos os outros e ainda se ganha na diferença dos preços.

AV1 (sem tempo para ler tudo)

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