sexta-feira, dezembro 09, 2005

A II Festa do Livro

A CMM afinal sempre decidiu dar continuidade a esta boa iniciativa, começada no passado ano. Em relação à presente edição vou destacar o que acho bom e o que acho assim mais para o piorzinho:

Coisas boas:
1) Ter existido uma segunda Festa do Livro e a coisa não se ter ficado pela do ano passado; é sempre bom dar continuidade e enraizar hábitos culturais que não cheirem unicamente a bosta.
2) A ideia de descentralizar a iniciativa, levando-a a outras freguesias, neste caso à Baixa da Banheira. Espero que em 2006 se lembrem de Alhos vedros, que é para eu poupar na gasolina.

Coisas a esquecer:
1) O local escolhido, porque embora corresponda a uma histórica colectividade banheirense, a sua situação é perfeitamente abstrusa para quem se desloque de fora da terra e precise de estacionar, em especial durante as manhãs em que a praça da BB se encontra com maior movimento. Em circunstâncias normais é necessário atropelar três idosas com sacos de couves, buzinar a três banheirenses entretidos a cavaquear fora do passeio e aterrorizar algumas criancinhas da Primária, para conseguir estacionar, para além de não se falar dos obstáculos automóveis estacionados em frente do supermercado, de fornecedores ou de clientes que, em boa verdade, não têm outro sítio onde parar. Daí a minha decisão de fazer meditação zen quando lá voltar.
2) A pobreza da oferta de livros, excepção feita ao sector infanto-juvenil e às publicações das editoras amigas da Caminho-Divulgação que isto é só para camaradas. Levamos com os livros da Caminho e das Edições Avante logo em cima à entrada, seguindo-se uma selecção reduzida da Dom Quixote do lado esquerdo e das Edições Asa lá mais ao fundo, uma série de desapontamentos em seguida, pois da Presença só temos direito aos livros dos tops adultos ou juvenis (Nicholas Sparks, claro, Harry Potters, Teodoras), mal dei pelas Edições 70 e Estampa, nada de Gradiva, uma miséria na área da Banda Desenhada, uns saldozitos da Terramar e pouco mais, mas claro que temos os Paulos Coelhos da Pergaminho bem à vista para a malta mais espiritual. Curto, muito curto. Numa terra populosa como a BB justificava-se um investimento maior, apesar do espaço limitado, não limitando a oferta ao que a Caminho-Divulgação tem de mais óbvio para oferecer.
3) Absoluta ausência de um pequeninininino esforço por apresentar publicações de interesse local, da CMM (é verdade que quase não as há) ou de autarquias vizinhas, não esquecendo outras instituições de implantação regional. Fez-se a encomenda-padrão e mais nada. Assim também eu faço uma Feira do Livro no meu quintal. É so desempacotar e colocar em cima de umas mesas compradas na loja dos 300.

AV1

2 comentários:

Carlos (Brocas) disse...

Não sei até que ponto as Editores têm interesse neste tipo de iniciativa. Penso até, que para as Editoras é mais do genero "Freeport" ou "Campera".
E digo isto porque em tempos, inadevertidamente, ouvi uma conversa de um amigo da nossa terra a falar com o "patrão livreiro" a proposito de uma encomenda de livros para a Feira do Livro "do Leonel Coelho".
Mais não digo.

AV disse...

Nestes casos, de Feiras do Livro pequenas e muito amadoras - tipo escolas, colectividades e câmaras pouco esclarecidas - eles têm um "pacote" preparado, formado pelas novidades que vendem mais e uns quantos "monos"ara despachar.
Se ao menos alguém se desse ao trabalho de ir aos catálogos e seleccionar as coisas conforme o que poderiam ser os interesses, era outra coisa.
Só que as próprias editoras sabem que, salvo excepções, vale muito mais atender o amigo Belmiro ou os tipos do Jumbo e do Carrefour...
É só perguntar ao amigo Calisto que ele explica isso bem.

AV1