segunda-feira, dezembro 12, 2005

Já agora...

... que continuo a ouvir pessoas (o mais caricato foi um médico... pobrezinho... que nós sabemos que são tão cumpridores nos Centros de Saúde e que nunca trocam de serviço uns com os outros quando lhes dá jeito para nunca terem faltas, senão em último caso) a queixarem-se dos professores como se o desejo de ficarem colocados perto de casa fosse o único factor de instabilidade do sistema de ensino, gostaria de sublinhar que embora a responsabilidade dos docentes exista, ela está longe de ser a mais importante.
Antes de mais, a total alteração de regras de concurso nos últimos três anos.
Se o Ministério não consegue, desde os estertores do Guterres, estabilizar um modelo de concurso e de regras, como espera ter autoridade moral para desautorizar quaisquer críticas ?
Cada Ministra(o) que chega traz umas ideias (tirando a tia Maria do Carmo Seabra que, veja lá, não sabia mesmo de nada e só foi práli porque era giro, sei lá) e quer metê-las em prática, normalmente com pouca ligação à terra (o Justino era uma excepção e foi bem tramado por isso).
Depois, os órgãos de gestão da Escolas também são muito dados a esquemas, mas esses a Confap e as Associações de Pais não denunciam como deviam, pois fazem vista grossa às cliques que organizam os horários, as folgas, os clubes disto e daquilo e seleccionam quem tem um par de turmas e se farta de ocupar cargos formais em vez de dar no duro como a generalidade da classe docente. Isto para não falar nas vagas que se abrem em quadros de escola em certas disciplinas, apenas quando convém em termos familiares ou de amizades pessoais, com a conivência de amigalhaços nos Serviços Centrais do Ministério.
Porque essa de existirem quadros de Escolas mal dimensionados se deve, em grande parte, a muitos Conselhos Executivos habilidosos a gerir as aberturas.
Tal como haver professores que vão para as aulas tratar ao telemóvel dos assuntos das empresas que têm cá fora ou dos cargos políticos que desempenham, também parece ninguém saber. Ou utilizar as Escolas como trampolins para protagonismos pessoais, através de trocas de favores com autarquias e etc e tal.
Mas. claro, isto sou eu a divagar que não percebo do assunto, só que tenho família e amigos por aí, no sistema de ensino, em todas e mais algumas regiões do país a confirmarem-me as rebaldarias.

AV1

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