segunda-feira, dezembro 12, 2005

Que fartura !

Mais um fórum TSF sobre assuntos educativos.
Tema novo, mas as mesmas jarras do costume.
A ideia de um concurso que permita colocações mais longas dos docentes, em si mesma, é boa.
Só que esquece alguns detalhes, como se viu pelas declarações do respectivo Secretário de Estado que afirmou que os professores estão onde estão porque concorreram para esses locais.
O homenzinho esquece-se, depois de ter andado a estudar o arranque da industrialização portuguesa restou-lhe pouco tempo para conhecer a evolução do sistema de ensino, que até há um par de anos os docentes eram obrigados a concorrer, para efectivação, a pelo menos uma das 4 áreas em que o território nacional foi dividido pelo Ministério da Educação. Só para dar uma ideia global, toda a zona a sul do Tejo formava uma zona, enquanto entre o Tejo e Douro existiam duas e todo o norte do Douro era outra.
Significa isso que qualquer professor que vivesse em Alhos Vedros, para se efectivar e na melhor das hipóteses, ou escolhia ficar daqui até Vila Real de Santo António, ou ficava obrigatoriamente a norte do Tejo, eventualmente na zona da Guarda ou de Castelo Branco. E isso não era voluntário, mas obrigatório.
Mas para além do proverbial desconhecimento dos responsáveis do ME sobre a vida no terreno, este tipo de fóruns irritam-me solenemente quando chamam para falar em primeiro lugar, ainda antes do próprio Secretário de Estado, o representante da Confap, um tal senhor Albino Almeida, a que chamo pólipo erecto pelo seu aspecto permanentemente espigadote, que tem três méritos indesmentíveis: o primeiro, o de ser o único dirigente da Confap com autorização para falar; o segundo, de ter conseguido dar uma enorme visibilidade (com a conivência e o interesse ministerial) a uma Confederação mal amanhada, que representa uma quantidade muito pequena de pais, pois muitas escolas não têm Associações de Pais e muitas outras não aderiram aos esquemas da Confap; em terceiro, o de a propósito e a despropósito, utilizar as palavras plasmar e plasmados com se não houvesse amanhã no Prontuário Ortográfico. Pelo menos desta vez, no meio daquele discurso bolorento em torno das criancinhas, lembrou-se que os docentes também são mães e pais e que os seus filhos também têm direito a ter professores e os pais perto de si.
Quanto aos Sindicatos, já sabendo nós que a FNE vai chegar a acordo com o governo mais dia, menos dia, resta saber se a malta da Fenprof também já não andará demasiado acomodada e, por isso mesmo, cristalizada em posições irredutíveis, só para mostrar que são firmes e, dessa forma, impedindo um moldamento mais flexível das propostas governamentais.

AV1

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