O Diário de Notícias traz hoje mais uma sondagem - e diz que vai fazê-las num sistema diário, com as médias de cada 4 dias com base em 150 consultas telefónicas diárias - a qual quase correponde à divulgada pelo Público no final da semana passada tirando o valor para Manuel Alegre, que varia alguns 5%.
Enfim, batatas para as famigeradas margens de erro. Se o valor para Mário Soares nunca oscila muito (anda para ali dos 13 aos 16%), porque será que os valores de Alegre andam tão díspares (dos 11 aos 17%) ?
Ainda por cima porque quando se analisam os dados sobre indecisos e pessoas que admitem mudar o sentido de voto se percebe que o eleitorado de Soares ainda está muito flutuante, aliás ainda mais do que o de Alegre.
Enfim, logo se verá a qualidade e valor destes estudos que dão de comer a muito boa gente.
Mas, apesar de uma eleição presidencial não ser equiparável a uma eleição legislativa, esta até é bastante paralela, pois cada partido (tirando o CDS) tem o seu candidato bem visível, exceptuando-se naturalmente Alegre.
O interessante é verificar que, neste momento, o eleitorado idefectível do PS - o núcleo duro que segue tudo o que lhe dizem do Largo do Rato - está ainda mais baixo do que nos tempos do final do Bloco Central e da criação do PRD, quando ficou pouco acima dos 20%.
Mesmo que Soares estique um bocado, dificilmente chegará a esse valor e, mesmo com boa parte dos votos de Alegre, isso significa que o eleitorado que deu a vitória a Sócrates já se foi.
Aquele eleitorado centrista que não queria os apertos orçamentais, voltou à sua base natural, o PSD, pois estes pelo menos eram coerentes com o discurso da tanga.
O eleitorado mais à esquerda que votou útil na esperança de uma mudança já percebeu o barrete que lhe enfiaram.
Ou seja, já não temos um Parlamento que represente com um mínimo de fidelidade a situação do eleitorado.
Não é motivo para dissolução ou demissão do Governo, mas talvez para reflexão no dito Largo e para todos aqueles que aplaudiram a defenestração de Santana começarem a pensar duas vezes antes de abrirem a boca, quando falarem em palavras como coerência, coragem e outros dichotes fáceis.
Esperto foi Vitorino, que só se envolveu o estritamente necessário, assim como o Coelhone, que já anunciou que vai ali e já vem, para não falar de outra malta mais parda mas que lá se vai governando como pode (o Mega Ferreira foi compensado com o CCB por não se candidatar à CMM, o Pina Moura lá vai mexendo os cordelinhos para abocanhar a EDP, que será presidida pela mesma pessoa que ele nos anos 90 nomeou para a GALP) e ainda vai podendo bem.
A Ota e o TGV, entretanto, irão servir para compensar, por um lado, quem apoiou a subida de Sócrates ao poder e, por outro, para calar alguns dos mais insatisfeitos.
E vem aí nova batelada de subsídios.
AV1
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