... parece que está aí e mal se distingue da pré-campanha.
As diferenças essenciais é que os cartazes já apelam directamente ao voto e que há Tempo de Antena, essa mítica criação da democracia e a única que funciona de forma equitativa para todos os candidatos.
Hoje, quando tentava saber - depois da dor de ontem - os outros resultados do futebol, levei em catadupa e quase em sincronia entre a SIC e a RTP com os "segmentos" das várias candidaturas.
Seguindo a expressão do crítico de gastronomia José Quitério - um dos melhores escribas deste país - seguem-se as notas de prova (por ordem alfabética do nome comum, que é para não discriminar ninguém...) das primeiras impressões:
Cavaco Silva - entrada a tentar ser apoteótica com a revisita ao anúncio da candidatura, mas sem nada de especialmente original, aliás como tudo o mais; material competente, profissional, sem rasgos, sem riscos. Máquina oleada para manter a vantagem sem necessidade de grandes engenhos.
Francisco Louçã - início a roçar o culto da personalidade, com aquelas fotos do jovem Louçã, já anti-fascista aos 16 anos e só não tendo sido ele a desviar a cadeira do Salazar, porque não lhe deixaram. O resto parecia decalcado de um normal tempo de antena do PCP, agora que o Bloco é um partido como os outros. Louçã em arruadas (detesto esta designação...), Louçã no Parlamento, Louçã professor universitário, Noddy na Aldeia dos Briquedos, Noddy vai de Férias, Noddy no Supermercado, enfim... Volta Cunhal, que esta malta não sabe o que faz.
Garcia Pereira - pobrezinho, como seria de esperar. Plano fixo em gravação de exteriores defronte do Palácio de Belém mas mensagem directa ao assunto. Gosto do homem e do que diz, porque é a verdade, pura e dura, sem pózinhos mágicos. Um Governo eleito que desrespeita o seu programa eleitoral à 1ª, 2ª e 3ª oportunidade não é algo com que tenhamos de viver calados. Depois apareceu outro senhor advogado, mas já não interessava nada.
Jerónimo de Sousa - abertura logo de caras, seguindo-se um tempo de antena PC perfeitamente escorreito, oleado e tecnicamente dentro dos parâmetros da casa. Nada a assinalar. Nada de novo. Nada de comprometedor. A cassete do costume, até com um rosto já usado em outras Presidenciais. Siga...
Manuel Alegre - sem qualquer favor ditado pela nossa simpatia, a melhor entrada de muito longe com a Trova musicada pelo PacMan e um grafismo videoclipiano, ma non troppo, que deixa a concorrência a milhas. Depois daquela abertura, já nem dei atenção ao resto. Ainda nota positiva, para o símbolo da campanha. Quando a pré-campanha parecia esmorecida, eis que surge algo de animador e bem criativo.
Mário Soares - começar um tempo de antena com um depoimento do Vital Moreira é o mesmo que dar 3 tiros em cada pé e um na cabeça. Lido ainda se aguenta, mas (tele)visto a falar de..., de... (escapou-se-me do que ele falou, acho que dos poderes do presidente) Vital Moreira é um anestesiante garantido. O resto não vi, porque adormecera de comando na mão e boca escancarada, com a baba a cair pelo canto da dita cuja boca.
AV1
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