Caramba que a leitura do jornal Farpas é coisa para sensibilidades fortes.
Aquilo é cá um chorrilho de tricas, mal-dizeres e vaidades que não se pode.
Ainda dizem mal de nós, santinhos que somos.
Se aquilo retrata o mundo taurino, realmente já percebemos porque os moiteiros gostam da coisa.
É que assim a bota realmente bate coma perdigota.
Aquilo é só queixas e acusações mútuas de aldrabice nos negócios, constantes trocas de amizades, "casos" e mais "casos" porque este fez que disse e o outro disse que fez, "guerras" para todos os gostos, falsificações variadas de assinaturas e contratos, dívidas a monte, para não falar em toda uma roda de invejas que é uma coisa sem fim.
Grande tema dos últimos meses: a (re)abertura do Campo Pequeno e o fogo de artifício em sua volta, com o homenzinho que é o director da coisa a (des)dizer tudo e mais alguma coisa a cada semana que passa e a fazer ameaças mais ou menos veladas em todas as direcções.
Conteúdos recorrentes: as duplas de cavaleiros ou matadores e agentes; os conflitos com tribunais à mistura quanto à gestão de quase todas as praças de touros em funcionamento; o incumprimento dos "artistas" quando as condições não lhes agradam, os sucessivos desmentidos de cartéis, contratos e corridas, enfim, uma aldrabice pegada.
Não fosse o volume financeiro ser algo menor, tal como a implantação dos recintos taurinos no país, não esquecendo que não existem árbitros, isto é um mundo tão ou ainda mais podre que o do futebol, com o brilho das lantejoulas a disfarçar o que está por trás e os cavalos de raça a substituirem os Porsches, os BM's e os Mercedes dos jogadores.
Ler cada edição de fio a pavio é uma experiência mais complexa em termos éticos e morais que ver a primeira série d'Os Sopranos toda de seguida.
A alma até se nos encolhe.
É um trabalho duro e sujo, mas alguém vai ter de o fazer e agora que já me cheguei à frente, não posso dar as costas aos bois.
Zé Tércio
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