Aí está o filme que se anuncia como polémico e de sucesso garantido, graças às manobras de marketing insuperáveis do Vaticano e da (não aceito que seja "do") Opus Dei, para que fosse censurado, escortanhado e mal pago.
Isso é a fórmuila certa de promoção de um filme.
Veja-se A Paixão de Cristo do Mel Gibson.
Ou o Je vous salue, Marie, do Godard.
Ou A Última Tentação de Cristo do Scorsese.
Li o livro algum tempo depois de sair. Razoável como thriller, bonzinho para americano.
Inferior ao anterior Angels and Demons.
Digamos que o Da Vinci Code em matéria de literatura é 5,5/10 e em matéria de policial/suspense sobe aos 6,5/10.
Mas quem quer mistério e crime deve ser escolher escritoras e, se possível inglesas e só depois o resto.
Ruth Rendell, Patrícia Highsmith, P. D. James ou mesmo a alter ego Barbara Vine, Dona Leon, Minette Walters, Patricia Cornwell.
Homens, e americanos, só se for o Elmore Leonard porque é divertido ou o James Ellroy porque é mesmo bom.
Ou o Stephen King em outro género.
O resto é pastilha elástica.
Portanto o Dan Brown é apenas um tipo capaz, escorreito e habilidoso na escolha dos temas do último par de livros.
E agora bastante rico.
Quanto ao filme não o vi, tirando o material promocional, mas claro que a crítica nacional irá dizer mal.
Desde que, como o Bubu das Bolas com Creme dizia de manhã, os actores se mexam e falem a um ritmo normal, os críticos portugueses acham mau.
Por isso, o filme deve ser, no mínimo, razoável.
Não é um Fassbinder e ainda bem, tirando o Berlin AlexanderPlatz, nem é um Pasolini (grças a tudo) ou mesmo um Bertolucci, e muito menos um Teresa Vilaverde ou um Pedro Costa mais as misérias que todos conhecemos dia dia a dia.
Por isso, pois, deve dar um par de horas bem passado no cinema.
O resto, a história polémica, só o é porque há gente tão sensível no Vaticano como na nossa Dinis Ataíde ou, a nível nacional, no Largo do Rato, e censores potenciais são todos os ortodoxos cegos pela fé ou os oportunistas "vidrados" pelos interesses.
Ora tentem lá fazer um filme sobre o Álvaro Cunhal com base na biografia do Pacheco Pereira ou sobre Macau nos anos 80-90, quando Mário Soares era Presidente e o PS estava lá instalado, com base nas indiscrições do Rui Mateus ou outros.
Zé Fitas
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