segunda-feira, maio 08, 2006

O Parque Temático do Sócrates

Se bem estarão lembrados, no pacote de investimentos que iriam tirar este país do lamaçal, foi anunciada com estardalhaço assinalável a criação de uma nova refinaria em Sines por um consórcio liderado por Patrick Monteiro de Barros, a quem Sócrates e o seu Ministro (transparente, invisível ?) da Economia chamaram de D. Sebastião para cima.
Ora parece que afinal, há uns probleminhas no Paraíso.
Apesar de tantos estudos e dos acordos assinados, há aquelas coisas chatas que acontecem quando os estudos estão assim para o mal feitinho e os acordos são feitos à pressa e assinados para a fotografia.
Em primeiro lugar, era preciso que as burocracias tivessem despachadas por dia 30 de Maio, o que parece manifestamente ser impossível e faz com que o governo queira renegociar o calendário, entre outros detalhes.
Por outro lado, como nós poluímos que nos fartamos a atmosfera, e por causa dos acordos assinados em Quioto, não há maneira das emissões de CO2 da nova refinaria serem admissíveis, sob pena de pesadas multas.
Ora este tipo de contratempos parece já ter feito voar o "amigo americano" e, em última instância fará com que o projecto corra o risco de desaparecer, havendo já quem ouse afirmar que está moribundo.
Relembre-se o aparato do anúncio e a aquiescência rápida da autarquia envolvida, que deu logo por boas as garantias que lhe foram dadas, assinando de cruz.
Por tudo isso, não há nda tão sólido no mundo destes negócios anunciados com investimentos de triliões que não se desfaça no ar.
Tudo depende da seriedade dos projectos, do rigor dos acordos e da competência da malta envolvida, que não deve ser apressada, porque cachorras apressadas parem cachorros míopes na melhor das hipóteses.
Tanto em Sines, como... como... sei lá onde mais.

Zé Céptico

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