sexta-feira, junho 02, 2006

Eu sou do tempo...

... em que os jovens que projectavam um futuro seguro e sem ondas, faziam tudo por entrar na Função Pública.
Não tinham uma visão ampla da questão.
Viram aquelas vantagens todas no final dos anos 80, há perto de 20 anos, depois rejubilaram com uns trocados dados pelo Cavaco no tempo das vacas gordas.
Quem iria calcular que lhes iria saltar um Sócrates em cima?
Que ainda por cima se gaba de ter "preocupações sociais"?
Livra!
Isto não deixa de ser cruel para aqueles rosinhas que andaram a desancar alarvemente na Manuela Ferreira Leite e na obsessão com o défice e agora vão levar pelos queixos abaixo com o que a senhora em causa nunca teve a coragem de fazer.
Ver agora o Cavaco, esse papão de Direita, a passear pelo interior do país a espalhar a mensagem da inclusão e um Governo do PS a preparar-se para mandar borda fora dezenas de milhar de funcionários piblicos só não é caricato porque era previsível, menos para os que só vêem o que lhes interessa.
Por exemplo, aqueles que, em troca de uma regionalização feita à sorrelfa e que lhes permitirá a existência de estruturas intermédias para colocar os seus quadros, só farão a Oposição mínima exigível a estas medidas agora anunciadas ou darão autorização para as greves da praxe.
Que as medidas que se esperavam eram para ser sobre "mobilidade" já se sabia, só que quase ninguém tinha percebido que eram mobilidade "para fora" da Função Pública e não meramente para fora do seu local de trabalho habitual.
Só gostava é que a medida atingisse principalmente quem entrou para os quadros pela porta do cartão político, porque o paizinho, o tio ou a madrinha eram não sei quem na concelhia ou na distrital desta ou daquela cor.
Esses sim, podiam voluntariar-se já para se moverem em passo acelerado.

AV1

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