sexta-feira, junho 23, 2006

Timor-Leste, a mudança do Arquismo

Colaboração de Manuel Pedro, para tentar perceber um pouco mais do que se passa em Timor-Leste.

"O que se está a jogar em Timor-Leste é uma disputa de poderes arquistas entre o presidente Xanana, eleito com 85% dos votos e o principal partido, a Fretilin, que tem o primeiro-ministro Mari Alkatiri como seu representante e bode expiatório duma crise constitucional entre estes dois símbolos arquistas do poder em Timor-Leste.
O regime arquista escolhido para Timor-Leste é um semi-presidencialismo, em que a componente parlamentar tem poderes executivos manifestados através dum governo designado pelo parlamento.
O que está a acontecer é uma tentativa de mudança desse regime arquista para um regime presidencialista, patrocinado e fomentado pela Austrália, porque a esse país Anglofóno lhes será depois mais fácil a negociação com um futuro ditador populista, Xanana Gusmão, do que com um governo democrático, do tipo ocidental, em que as várias opiniões e tendências corporativamente organizadas em grupos de interesses económicos e religiosos com influências do exterior, são mais dificéis de manipular convenientemente para a Austrália.
Por isso o que perspectivo para Timor-Leste, será uma ditadura presidencialista/paternalista de Xanana Gusmão, com o apoio religioso da Igreja Católica, será assim uma espécie de Salazarismo ideológicamente invertido.
Neste momento e para bem das populações de Timor-Leste, pelo risco que corre esse país de entrar em guerra civil, este modelo arquista parece-me históricamente melhor do que retroceder para o modelo de democracia ocidental.
Timor-Leste precisa dum pai, mesmo que seja um pai tirano.

Manuel Pedro"

1 comentário:

AV disse...

Se o governo do Alkatiri é de "tipo ocidental", então eu sempre fui defensor do caminho alban~es para a democracia representativa.
:)

AV1