Tenho o maior respeito pelas pessoas que vindas de outras paragens lutam com os truques maliciosos da Língua Portuguesa no seu dia-a-dia.
Admiro como os imigrantes de Leste conseguem em poucos meses compreender e expressar-se na nossa língua com bastante correcção.
Por isso, estou na linha da frente daqueles que percebem a dificuldade que os naturais do enclave castelhano na Margem Sul - vulgo "moiteiros" - têm para conseguir dominar as subtilezas do português corrente, em especial o escrito.
Mas também é para iso que existe o corrector ortográfico do Word, essa ferramente indispensável da literacia moderna.
Por isso, é por um lado compreeensível, mas por outro incompreensível, ou colocando nos termos muito usados na publicação, é quer compreensível, quer incompreensível que no Boletim da Junta de Freguesia da Moita a língua de Pessoa e Saramago seja pontapeada sem dó nem piedade a todos os níveis, desde a concordância nas frases entre o plural dos predicados e o singular dos sujeitos até à conjugação dos verbos "ver" e "haver", nunca esquecendo o sui generis modo de usar o "á" e "ás" por parte de todo aquele que passou na juventude pela JCP.
Penso mesmo que uma das lições de doutrinação passaará pela desorientação dos adversários políticos com a deficiente utilização do "á".
Mas, de qualquer forma, um Boletim deste tipo deveria ter, sei lá, um consultor para estas pequenas coisas, pois não me parece que a sua produção tenha de ser tão, mas tão acelerada, e o seu conteúdo tão, mas tão complexo, que não se possa produzir algo que não seja uma autêntica vergonha, não será assim, senhor dr. Faim?
AV1 (agradecendo ao Oliude as hilariantes imagens do Boletim)
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
4 comentários:
Nem o nome da gráfica escapou
Desculpem lá o homem.
Ele leva a semana inteira à cabeçada com a água, e a defesa da água, e mais o Fórum da Água e mais os canos da àgua, lá para as bandas de Palmela, que, quando vem fazer o part-time à Junta da Moita, depois do jantar, já está um pouco desatento ao "português".
Ou ele escreverá em dialecto "monárquico" da era anterior à República?
O Visconde das Arroteias
Cuidado com essa história dos predicados e dos sujeitos pois agora com a nova nomenclatura dos conteúdos gramaticais da língua portuguesa, esses termos tendem a ser considerados desactualizados! É o progresso e o choque tecnológico aplicado à gramática!
Tens razão. Eu já deixei os bancos da Escola há muito tempo e penso que ainda percebo do assunto.
Enviar um comentário