domingo, outubro 08, 2006

The Space Between

De acordo com fontes altamente colocadas nos mentideros políticos locais há movimentações preparatórias de algo que ainda não se percebe bem o que é, mas que se adivinha porque surge.
O AV2 tem andado a gozar com o M!C, coisa a que aqui no AVP até temos direito a fazer porque apoiámos claramente a candidatura de Alegre à Presidência e eu e o Brocas até ajudámos a pregar/agrafar o raio dos dois cartazes (foram assim tantos?) que o Luís Guerreiro conseguiu colocar na nossa freguesia.
Só que, pelo menos para mim, aquilo esgotou-se em si mesmo, foi uma campanha para a Presidência, que revelou a insatisfação de muitos cidadãos em relação aos aparelhismos partidários, mas não penso que isso possa ser capitalizado em qualquer movimento proto ou para-partidário.
Alegre tem a sua história pessoal e política tanto de independência e rebeldia q.b., assim como de homem do PS também q.b.
Para além disso, o milhão e tal de votos que mobilizou, tendo uma origem contestatária do "sistema" vagamente comum, também tem uma grande heterogeneidade e será uma ingenuidade muito grande pensar que será argamassa suficiente para algo muito sólido.
O exemplo do PRD serve de antecedente.
Só que...
Só que por cá parece que, apesar da miúfa de se chegarem à frente na altura certa, há quem tenha ficado a sonhar com a expressão da votação em Alegre no concelho, que disputou taco a taco a vitória a Jerónimo de Sousa, apesar da sua estrutura local visível ser praticamente um one-man-show, mais o nosso apoio virtual.
A coisa deve ter ficado a caraminholar em certas cabecinhas, umas mais experientes ou um pouco menos, e perceberam que existe uma massa eleitoral "de esquerda" que claramente não se identifica com o PCP, o PS ou o próprio Bloco.
Existe ali um intervalo, cada vez mais largo, entre a ortodoxia actual do PC e a deriva central do PS, que o Bloco não sabe ocupar, nem pode, devido aos seus tiques de protagonismo fracturante, no plano nacional, e à aparente apatia a nível local.
Vai daí há quem sonhe...
Vai daí há quem se procure posicionar...
Vai daí há quem fique à espera para ver.
E há quem duvide de coligações mal amassadas de muitos egos desavindos, dificilmente enquadráveis numa qualquer frente de comum à Situação local.
Uma espécie de União não bloquista de Esquerda, entre a velha cepa e uns arremedos de ex-jovens.
Pode ser que, mas ver para crer.
É verdade que em matéria de autárquicas o voto é muitas vezes feito em piloto automático, com a retribuição na hora certa dos favores recebidos, do filho empregado, da obra licenciada, do subsídio recebido, e por aí adiante.
Mas também é verdade que para apresentar uma alternativa há dois caminhos que nunca darão resultado, como me parece óbvio:

a) Nem campanhas postiças de quem aparece, mas sempre com a sensação que está por cá como podia estar em outro lado, como etapa no tirocínio para outros voos.
b) Alianças de ocasião de muita gente que, apesar de algum prestígio, seja encarada como motivada por uma qualquer desforra e que ou já passou do seu tempo ou ainda não percebeu que o seu não chegou porque nunca chegará, pelo menos enquanto não deixarem a postura de permanente reserva.

Mas não sejamos desde já descrentes e vejamos no que tudo isto dá.
Mas não deixa de ser interessante como, já em 2006 e perante o descalabro que deverá ser este mandato autárquico, enredado nos seus próprios compromissos e cedendo em toda a linha aos interesses privados, se sinta o latejar de alternativas por enquanto desalinhadas.
É verdade que para se conseguir alguma coisa e ser ir ganhando posições são indispensáveis pelo menos dois anos de trabalho árduo.
Ou mais.

AV1

3 comentários:

Anónimo disse...

O que anda aí é um grande mal estar no próprio PCP, a purga de Setubal está a fazer estragos e as bases (a quem não toca nada...) começam a abanar o barco.

O Polvo opta por decepar as pontas dos braços ficando com uns cotos e com a cabeça devidamente protegida pelos do costume...

Sobre o Alegre acho que tem toda a razão na análise que faz.

Anónimo disse...

E estamos a 3 anos de novas eleições autárquicas.

O momento é crucial. A actual crispação do poder autárquico, aliado a algumas palermices que têm cometido, criam espaço de manobra para todos aqueles que se quiserem afirmar com um trabalho sério a favor da terra.
O concelho, e Alhos Vedros particularmente, está um pantano. Por isso...

Anónimo disse...

Oi pessoal. Lembram-se do WC que o M.M.Carrilho mandou construir no Palácio Foz e que custou 20.000 contos?
Pois, a anedota que corria na semana passada aqui no Alto S.Sebastião é de que o exemplo foi seguido. J´s se especula o conteúdo dos armários e as quantidades:
Peugas ou soquetes?
Slip's ou short's?
Casacos? Gravatas?
Camisas? Camisinhas?

O Fernando Rocha