terça-feira, outubro 10, 2006

Uma C.A.C.A.- Crónica Avulsa da Cultura Amoitada

Nem de propósito, há uns dias que tínhamos aqui uma crónica sobre este evento, apenas à espera de autorização do autor, presente na ocasião, para ser publicada, que aqui respeitamos a vontade e identidade alheias, para não falar na propriedade intelectual dos textos. Hábitos que nunca se devem perder (AV1).

«No Sábado, 30 de Setembro, houve uma homenagem ao Fernando Lopes Graça no Fórum José Manuel Figueiredo. E para abrilhantar a homenagem, e associando a isso o aniversário da CGTP, esteve lá o Carvalho da Silva. Fez um discurso tipo Fidel.
Antes dele discursou o Presidente da CMM, que ofereceu os habituais sacos-brinde à assistência de fiéis. E ainda antes do que verdadeiramente interessava, esteve um jovem que pelos vistos anda a produzir uma tese sobre o Lopes Graça e que de faccioso não parece ter nada, tamanha é a neutralidade com que apresenta o seu objecto de estudo e oculta o que lhe pode fazer sombra. O rapaz conseguiu associar o Cunhal, o Soeiro Pereira Gomes e mais umas individualidades da cor, sem mencionar uma única vez o Michel Giacometti. Depois brindou o público com a gravação de um discurso do Palma Carlos, para aí com quinze minutos. Entretanto lá fora começava o baile...
De facto por essa altura já se ouvia dentro da sala uma estranha música, uma espécie de batuque e que daí continuou pelo espectáculo fora. Chegou a "ofuscar" a Olga Prats. Enquanto a senhora tocava piano ouvia-se em fundo a música alheia. Às tantas só se parecia ouvir a música alheia, de tão alheia e irritante. Pronto, a insorização da sala é péssima, mas no intervalo fui investigar a origem do ruído alheio. Nada mais nada menos do que uma espécie de bailarico organizado pelo café Parke (tal e qual), numa das entradas do Parque José Afonso. Meia-dúzia de gatos na esplanada e um casalinho meio "tocado" apreciavam os hits rascas de antanho tocados por uma dupla que tinha chegado em auto-caravana. Uma guitarra e um órgão iam assim dando cabo da homenagem.
Lá dentro e até ao fim continuaram entre outros, o João Lobo e a Vivina, em estóica resistência às adversidades.»

Um Banheirense Convicto

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