...como Jardim ganha com dois terços dos votos na Madeira e Sarkozy, com uma mobilização brutal do eleitorado francês e apesar de tudo o que dele dizem (e neste caso fama e proveito econtram-se na perfeição), ganha com uma margem bem confortável.
Já sei que vão alegar que Jardim ganhou porque se opôs a Sócrates, mas isso significa então que ele é muito mais eficaz que os outros que tentam o mesmo.
7 comentários:
Triste constatar que um povo apesar dos cortes salariais, da perda de direitos laborais e regalias socias, resolveu votar num homem com um discurso muito chegado ao do le pen, um homem que sendo filho de emigrantes se refere aos mesmos como a canalha. Votam num homem por motivos racistas e xenófobos, apenas porque ele diz que vai cortar nos fundos aplicados na inserção social, apenas porque ele diz que vai tirar dinheiro a africanos, sejam negros ou magrebinos, é a vitória dum populismo racista que faz lembrar um certo partido nacional socialista nos anos 30. Triste também um discurso muito semelhante ao dos politicos portugueses, um discurso que por outras palavras diz que quem está a receber subsidio de desemprego ou de baixa é um bandido que está a viver à conta de quem trabalha, como se as pessoas que estão desempregadas ou de baixa não tivessem descontado antes. O mais triste ainda é ver que a maioria dos portugueses, sejam naturalizados ou já nascidos em França, votaram na sua maioria em Sarkozy (sarko-facho), pelos mesmos motivos racistas que os franceses, fazem-me lembrar os novos ricos que depois espezinham os que continuam pobres, portugueses que se esquecem que há 20/30 anos atrás eram eles os "pretos e magrebinos" (erradamente chamados de árabes). Os portugueses em França agora julgam-se franceses ou pelo menos europeus já não vistos como emigrantes. Aqueles que deviam ser solidários com quem está a passar pelo mesmo que eles há 20/30 anos atrás, ainda ajudam a espezinhar.
Já não falta muito para a Europa esquecer os valores da justiça social, solidariedade e liberdade.
"Triste constatar que um povo apesar dos cortes salariais, da perda de direitos laborais e regalias socias" Eu aqui esqueci-me de acrescentar que estas medidas foram anunciadas pelo Sarkozy, estes cortes vão ser feitos por ele, enquanto que a Ségolène queria manter os direitos laborais, regalias sociais e aumentar salários, queria continuar a investir na inserção social pois disse e muito bem, que só com inserção e integração se pode acabar com a violência e com as desigualdades.
Uma coisa se deve perceber:
Sarkozy ganhou, assumindo claramente as suas opções de Direita que em França são maioritárias de há muito. Só o Mitterrand, após sucessivas derrotas, inverteu isso nos anos 80.
Ségolêne perdeu enquanto ia à busca do mítico Centro.
Há aqui muito a aprender.
Sim deu para aprender que os franceses continuam chauvinistas, racistas e xenófobos e que uma grande parte dos portugueses lá nascidos ou naturalizados não são muito diferentes.
A única coisa em comum no discurso de ambos passa pela frontalidade da adjectivação.
Para mim, queimar carros ao fim de semana não é forma de protesto político. É vandalismo. E quem o pratica é vandalo seja ou não emigrante, seja preto, seja branco, seja cor de rosa.
Este ano já é o segundo telemóvel que levam ao meu filho. E nunca se escreve que foi "um preto".
Para mim, obviamente que ser-se preto não implica necessariamente o roubo de telemóveis. Mas este politicamente correcto de não poder constar a cor do ladrão...
è por isso que quando aparece um qualquer boçal a chamar os bois pelos nomes, a malta adere..
Mas isso digo eu que não sou de esquerda e, como tal, não tenho direito a opinião válida.
Carneiro
Carneiro, boa parte do que escreve é partilhada por mim, que não sou de Direita.
Então, validada por si, talvez a minha opinião já valha alguma coisa.
Um abraço
Carneiro
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