«O PSD, quer ver alterada a lei eleitoral das autarquias "a tempo das eleições de 2009". Luís Filipe Menezes esteve ontem reunido em Viseu com os autarcas eleitos pelo PSD e voltou a defender os executivos de cor única nas autarquias. "Para que as autarquias tenham maior estabilidade torna-se necessário que o presidente possa escolher a sua equipa à semelhança do que acontece no governo", afirmou. O presidente do PSD quer também que a nova lei traga a possibilidade de "mudar a equipa do presidente de câmara em qualquer altura do mandato", sustentou.»
Isto apenas iria acentuar o fenómeno caciquista e carneirista de um mundinho já de si muito pouco transparente, pouco plural e dado ao aparecimento de tiranetes de 4ª categoria.
E Menezes parece não perceber a diferença entre a substância do regime democrático - o parlamentarismo - e a sua distorção facial - a personalização das escolhas.
Quando se vota, vota-se em partidos e em mandatos para deputados, nacionais ou locais.
Se depois o resultado é que isso significa a escolha indirecta de uma cara para líder do poder executivo nacional ou local, é apenas uma perversão do sistema.
Porque a soberania que emana do voto do povo vai para os deputados/vereadores, não para os shôres primeiros-ministros ou presidentes de câmara.
Quando assim for, então que as campanhas sejam uninominais.
Não me chega a cara nos cartazes e virem com histórias de equipas, se depois os vereadores se tornam uma espécie de auxiliares figurantes do presidente.
Até assumirem exactamente uma nova forma de eleição e não apenas de funcionamento, isto para mim vale tanto como batatas bichadas.
4 comentários:
Isso é absolutamente anti democrático.
A mim nem me fazia nenhuma impressão se então se adoptasse o modelo parlamentar nacional, i.e., votavamos SÓ para a Assembleia Municipal e da mesma sairia um governo Municipal, com ou sem coligações.
Claro que os poderes da Assembleia Municipal teriam de ser bastante incrementados para realmente controlarem o que se passava no "governo" local.
Assim, votamos para duas coisas em que numa o poder é nulo (AM) e na outra a oposição é numa (VM) já que à mesma não é dado nenhum poder.
A ter uma oposição sem pelouros e sem poderes mais vale, realmente, não ter oposição nenhuma...
... mas eu acho mais democrático, e já que se mexe na coisa, optar-se por um modelo mais parlamentar que a população até entenderia melhor qual o funcionamento.
Até mais.
Já agora, como é que se sentirá o único autarca que apoiou o LFM na Margem Sul com esta punhalada nas costas?
A ideia do Mds é boa.
AV2
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