segunda-feira, dezembro 20, 2004

12 decisões para o Novo Ano II

II – Como utilizar um animal doméstico – O Cão


Para desgosto de um colega meu de blog, não sou grande fã de canídeos como animais domésticos em prédios de apartamentos.
Não tenho nada contra os animais, entenda-se.
Tenho é muito contra os seus donos e donas.
Em primeiro lugar, porque são muitos os cães deixados sós em casa durante a maior parte do dia, por vezes em varandas. Para dar voz ao seu desgosto, ladram que se fartam (e com razão) chateando de morte, ao fim de algumas horas, a vizinhança com um mínimo de tímpanos.
Quando se confrontam os donos e donas, a reacção mais óbvia é negarem que é o seu animalzinho que faz aquele chinfrim todo, quando não chegam mesmo a ser agressivos.
Em seguida, temos o problemas das necessidades fisiológicas dos bichos, que são naturais, bem entendido, mas cuja satisfação não deve ser permitida indiscriminadamente, a menos que seja no colo, cama ou prato de comida dos(as) donos(as).
Sítios errados para os deixar urinar e defecar:
a) Varandas em que os ralos dão para as casas de outras pessoas, ou em que o xixizinho do bicho escorre pelas paredes, quando não são os seus donos a fazer lavagens apressadas sujando tudo em redor, desde a rua por baixo a roupa estendida a secar.
b) Escadas e portas dos prédios, fazendo com que depois todos os cães da vizinhança venham ao cheiro repetir o acto com alegria.
c) Canteiros com flores ou espaços ajardinados frequentados ou frequentáveis por crianças.
d) Qualquer sítio da via pública, sem que sejam os dejectos removidos pelos respectivos donos.
Tenho verificado, ao longo do tempo, que os donos de animais gostam muito deles, mas não gostam do trabalho que eles dão. Ou então gostam de o partilhar com toda a gente em redor, pelo que saem com o cãozinho de manhã e à noite para fazer a porcaria à porta ou nas rodas dos carros dos outros. Depois, vão-se todos embora como se nada fosse. Se são chamados à atenção, são por regra mais mal educados que os próprios cães. No entanto, penso que a merdinha no passeio não é de utilidade pública mas apenas sinal de falta de civismo e hábitos de higiene. Especialmente, com aqueles enormes cães (Huskies e afins) que, apesar de lindos, não são animais para ter em apartamentos e colocar a despejar os intestinos à porta dos outros.
Em alguns casos, principalmente femininos, é muito habitual o diálogo carinhoso das donas com os seus bic’inhos, enquanto fazem o trottoir da cagada. Há uns anos tive uma vizinha que fazia o cão sair de casa para a rua e, depois, da janela, ia-lhe dando instruções sobre o melhor local para se aliviar.
O cão não lhe ligava pevas, mas todos os dias era o mesmo.
Meus amigos e amigas, tenho a maior compreensão pelo amor pelos animais e pelo afecto que lhes dedicam.
Mas, das duas, uma.
Ou dedicam igual afecto ao exterior e interior dos vossos animais e não deixam os cócós espalhados por todo o lado ou aprendam a ir, quando possível, para zonas baldias ou não residenciais onde a porcaria fica mal, cheira mal e, por certo, saberia mal, se a provassem.
Está bem ?
Muito e muito obrigado.

(Para informações sobre porque se não devem deixar dejectos caninos nas ruas, podem consultar o que as Câmaras Municipais de Lisboa e Odivelas, têm online sobre o assunto).

Sem comentários: