sexta-feira, dezembro 17, 2004

Colaboração de Manuel Pedro

Estratégia dos partidos de direita para as próximas eleições (PSD e CDS)

De fracasso em fracasso, de trapalhada em trapalhada, e por pura incompetência, Santana Lopes obrigou o Presidente da República, contra a sua vontade, a dissolver a Assembleia da República.
Elas não matam mas moem é o que se poderá dizer a Santana Lopes e elas são as Santanetes e as noitadas.
Como é que alguém que vive à noite pretende governar de dia ?
O ser humano não é de ferro e nem com transfusões contínuas de sangue novo Santana Lopes foi lá !
A demissão deste governo, anunciada com seriedade e gravidade pelo ex-Primeiro Ministro, assumindo uma postura de vitimização e pseudo-incompreensão pelo sucedido só pode ser explicada pela necessidade imperiosa por parte de Santana Lopes sobreviver politicamente dentro do seu próprio partido, porque cá fora está completamente queimado pela opinião pública devido a erros sucessivos ma sua pseudo-governação e a não possuir a mínima ideia das soluções para Portugal.
O PSD, ao concorrer sozinho às eleições, sofrerá a maior derrota da sua história e isto por três motivos: o primeiro é Durão Barroso, o fugitivo; o segundo é Santana Lopes, o incompetente; o terceiro é a desgraça em que deixaram o país.
Santana Lopes fez todos os possíveis por concorrer coligado com o CDS, para concretizar assim a sua ideia primária que é a da extinção pura e simples do CDS, passando o PPD/PSD a ocupar todo esse espectro político.
Pois bem, parece que Paulo Portas não tinha essas tendências de se suicidar politicamente e terminar com o seu PP.
O CDS/PP vai concorrer sozinho como qualquer norma de bom senso o aconselharia, conseguindo talvez o seu sonho de ter dois dígitos, ou seja, passará a ter de 2,9 a 4,5% e perderá grande parte da sua expressão na A.R., ficando de novo com 4 ou 5 deputados e arriscando-se a ser naturalmente ultrapassado pelo Bloco de Esquerda. Mas esta solução será ainda a única hipótese de sobrevivência do CDS como partido autónomo.
De qualquer modo, com coligação ou concorrendo separadamente, esta AD sofrerá sempre uma derrota histórica nas próximas eleições porque menosprezaram a inteligência dos portugueses.
Ao concorrerem sozinhos, o PS pode não atingir a maioria absoluta, mas o CDS continuará com uma percentagem muito reduzida de apoio entre os portugueses, o que estará mais de acordo com a realidade nacional do que a percentagem que tem actualmente e que conquistou à custa da demagogia utilizada em campanha, pelo voto das camadas mais envelhecidas e frágeis da população, quando prometeu pensões e reformas mais dignas e pelo apelo aos combatentes do Ultramar, prometendo a dignificação desses portugueses através de apoios do Estado, que nunca se reflectiram na realidade. Porque, a realidade do PP não corresponde à realidade de Portugal, mas sim à sua própria realidade – a de Paulo Portas !
E a andorinha de Manuel Monteira ainda não será desta que fará a sua Primavera do neo-Marcelismo (Caetanista).

Manuel Pedro,
16 de Dezembro de 2004

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