V – Como utilizar um carro – Os faróis
Uma das partes integrantes de um veículo motorizado corresponde a uma coisa chamada faróis. Servem para iluminar o caminho, quando está escuro, e para nos tornarmos vistos pelos outros, nas mesmas circunstâncias.
Se nos concentrarmos só nos da frente dos automóveis, para não vos tomar muito tempo, temos os mínimos, médios, máximos, eventualmente os de nevoeiro e, por último, por vezes uns holofotes que os maníacos do tunning e afins gostam de colocar nas suas carripanas,
Ora bem, o que se passa é que grande parte do pessoal perdeu o sentido original de cada conjunto de faróis.
Os mínimos, como servem apenas para sermos vistos, raramente alguém os usa. Estão lá, mas é como se não estivessem. Andar apenas com mínimos é como declarar que se é impotente (homens) ou que se tem um peito muito flat (mulheres).
Os médios, que servem para iluminar, em especial quando estamos em estradas frequentadas por outras pessoas e dentro das localidades, são usados com alguma parcimónia.
Já os máximos, qual demonstração de masculinidade impante, são usados indiscriminadamente em qualquer situação por aqueles que confundem excesso desnecessário e desrespeito pelos outros com uma manifestação de um qualquer poder ou ostentação. E, à custa disso, quando nos cruzamos com eles lá temos que levar com aquela artilharia toda em cima dos olhos, o mesmo se passando quando se deslocam atrás de nós e nos encandeiam com o farolame no retrovisor.
Algo parecido se passa com os faróis de nevoeiro. Por estranho que pareça a muita gente, os faróis de nevoeiro são para usar quando... há nevoeiro. Não em qualquer circunstância, só porque é noite ou ainda está a anoitecer. Por exemplo, não são para usar quando chove, porque a luz se espalha e não ajuda ninguém, para o caso de ainda não terem reparado (o mesmo se passa com o farol traseiro de nevoeiro). Então quem usa faróis de nevoeiro na grelha do automóvel ou com dimensões irregulares – a la tunning – só levando marteladas incessantes nos miolos.
Um outro costume estúpido à brava é a regulação diferenciada dos faróis, por forma a ter um mais forte e outro mais fraco.
Meus amigos e amigas, isso é uma treta e uma estupidez sem qualificação porque há os que acham que devem iluminar mais a berma (achando que assim não incomodam que vem de frente) e os que acham que devem iluminar mais o centro da via. Afinal, no que é que ficamos ?Em qualquer dos casos, isso só ajuda a confundir que se cruza convosco e que, à distância, em estradas mal iluminadas, pensa estar a ver duas motas, uma mais longe do que a outra.
Depois, há ainda aqueles faróis azulados, de halogéneo ou o raio que os parta, que parecem as luzes que se deixam à noite nas lojas para matar os insectos ou que existem nos dentistas para eles nos inspeccionarem a boca.
Deixem-se disso. Digam o que disserem, tudo isso não passam de tiques de adolescência mal resolvida de quem acha que o carro e a sua forma de condução são formas de afirmação na sociedade. Seja dos que têm um turbodiesel alemão (Audi, VW e afins), topo de gama, com tudo em cima e se acham os maiores, seja dos que têm um Fiat Punto ou um Opel Corsa 1.2 mas que, com uns g’andas faróis sempre no máximo, acham que mostram todo o Ayrton Senna que há dentro deles.
Desculpem que vos diga mas, quase sempre, há qualquer problema na vossa cabeça por resolver e o que é pena é que são os outros que convosco se cruzam na estrada que levam com as consequências.
Por isso, cresçam e deixem-se de enfeites.
Um numeroso obrigado
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário