quinta-feira, dezembro 23, 2004

Requalificação urbana ? - Parte II


Esta imagem, como todos reconhecerão, corresponde à esquina da Travessa do Mercado com o início da Rua Cândido dos Reis.Em outros tempos seria o cruzamento da via que saía da zona da Igreja Matriz em direcção à Moita com a esquecida Rua Direita de Alhos Vedros.
Não sei se este tipo de zonas serão consideradas "históricas" pela CMM.
Sei que há duas décadas que estão ao abandono.
Também sei que me vão dizer duas ou três banalidades:

1) Que o valor arquitectónico destas casinhas é reduzido.
2) Que no estado em que estão mais vale demoli-las.
3) Que sendo de propriedade privada a autarquia não pode intervir.

A isso responderei:
1) Não é só de construções monumentais que se faz o património e se revela a identidade de uma comunidade.
2) Que chegaram a este estado pela inacção de muitos anos dos poderes locais.
3) Que julgava ser do programa político do PCP a defesa da intervenção do Estado nas mais variadas esferas da sociedade. Que os laranjinhas, ou até os rosinhas desmaiados, usem esse tipo de argumentos, compreendo. Que quem domina a CMM o faça, acho incompreensível atendendo aos princípios ideológicos que afirma defender.

Meus senhores, a requalificação urbana também passa por aqui ou, ainda melhor, passa prioritariamente por aqui. Pelas pessoas, pelos locais onde habitam ou habitaram. Sem zonas residenciais vivas, as zonas centrais, históricas ou não, tradicionais das localidades definham lentamente. Como aqui!
Infelizmente, quem tem detido este tipo de pelouro no poder moiteiro é pouco sensível a estas coisas e só percebe a linguagem do cimento, do tijolo e do betão, que é para condizer com o que se lhe aloja entre as orelhas.

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