A notícia de abertura dos noticiários da manhã da TSF e destaque no seu site, é a chamada de três organizações internacionais encabeçadas pela OCDE para fazerem a avaliação do nosso Ensino Superior. Nada que não se consiga fazer só olhando, mas é verdade que a utilização de uma metodologia certificada sempre é melhor.
Por isso, as boas notícias passam pelo facto desta avaliação das Universidades e Politécnicos ser feita por gente de fora, não comprometida com os arranjinhos cá de dentro, os quais são os responsáveis pelo desregulamento do Ensino Superior durante o final dos anos 80 e grande parte da década de 90 (incluindo os tempos em que o actual ministro Mariano Gago já foi governante) quando a criação de Universidades, com ou sem cooperativas, em ligação ou não a fundações, serviu para muita coisa que não interessa agora nada...
As más notícias, é que só serão avaliadas as instituições que se disponham voluntariamente a aderir ao processo. E isto é que é de gritos. Obviamente, as universidades de vão de escada, com aqueles pólos em todo e qualquer sítio, com cursos do arco da velha destinados apenas a vender ilusões a papalvos, vão tirar o rabinho de fora e, em última instância, ficarão apenas as instituições sérias que permitirão que a avaliação até venha a ser positiva.
Tudo isto, porquê ?
Porque Mariano Gago é um guterrista nato, falso sonso do compromisso entre entre a retórica "de rigor" e a prática laxista, destinada a não incomodar verdadeiramente os interesses instalados.
É que se a avaliação fosse global e obrigatória para todos - e Portugal não é assim tão grande que a OCDE não o conseguisse fazer - depois descobria-se a podridão toda, alguns amigos ainda se viam em maus lençõis, havia certamente protestos de todos os que sabem prestar um mau serviço e era uma chatice, uma grande chatice. Se calhar, até era necessário pagar o estudo e deixá-lo na gaveta.
Assim anuncia-se uma grande iniciativa que, na sua efectiva implementação, vai servir para muito pouco.
É apenas mais do costume.
AV1
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