Na edição de hoje do DN (p. 20, sem link disponível online, nem no site da Marktest) vem um barómetro sobre a opinião dos portugueses quanto às profissões com maior exposição pública (é aquela notícia com destaque na capa, por baixo da matéria sobre a reposição de água nas barragens).
Nada de espantar que os políticos venham no fim, com níveis de credibilidade baixíssimos.
Pode ser uma reacção natural e demagógica, mas não deixam de ser valores impressionantes pelo aspecto negativo.
Mais estranho é os juízes estarem em penúltimo lugar ou, no lado inverso, o top 3 ser constituído por médicos, jornalistas e professores, todos com um nível de opiniões positivas entre os 65% e os 67%, mais décima, menos décima.
Se no caso dos médicos, o seu prestígio social permanece intocado ao longo dos tempos, e se no dos jornalistas revemos o possível descobridor justiceiro das malandrices alheias (mesmo quando isso é muito mais ilusório do que parece...), o caso dos professores é particularmente notável, atendendo ao caos em que a Educação tem andado, aos maus resultados recorrentes dos alunos portugueses em testes internacionais e das sucessivas campanhas dos governos (e alguma opinião publicada) por atirar para as costas da classe docente o ónus do insucesso escolar.
Resistir a tudo isso, com uma imagem pública muito satisfatória é obras e deveria servir para alguns responsáveis políticos reflectirem, de uma vez por todas, sobre as razões do desnorte do nosso sistema educativo.
Afinal, quase toda a população passou na sua vida pela escola e se a apreciação que têm dos professores como profissionais é assim tão elevada, é porque o erro está algures e não devem ser eles o bombo da festa demagógica que esta Ministra da Educação imaugurou e vai fazendo andar com o apoio de alguns cronistas, tipo Miguel Sousa Tavares e outros que tais do Expresso, recorrentes nos elogios ao que não percebem, apenas defendendo que os filhinhos devem ser mantidos na escola o máximo de tempo, não importa como.
Mal por mal, Marcelo Rebelo de Sousa no Domingo lá teve a coragem de explicar um pouco isto tudo, realçando que muitas medidas, tidas como boas e populares, não passam de barro atirado á parede, sem conveniente estudo prévio e sem uma implementação devidamente preparada com base nas condições práticas no/do terreno.
AV1
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário