terça-feira, fevereiro 21, 2006

Contributo (positivo) para o Boletim Municipal

Como nos passou uma aragem aqui pelo AVP, com um perfume parecido ao de alguém "de topo" dos responsáveis políticos locais, vou deixar aqui um contributo para o enriquecimento dos conteúdos do Boletim Municipal, diversificando-os e tornando-o não apenas um veículo de propaganda, mas um espaço de debate sobre o concelho.
Que tal não ser o BM constituído apenas por conteúdos feitos à medida dos interesses do Poder, com depoimentos seleccionados a dedo dos tais "cidadãos anónimos" (que o não são), mas abrir-se a participações exteriores e passíveis de fomentar o debate de ideias em torno da(s) nossa(s) terra(s) ?
Lembremo-nos que as publicações municipais devem estar ao serviço das populações e das autarquias e não necessariamente dos detentores do poder, mesmo quando isso se prolonga por décadas e o sentimento de propriedade se apodera dos espíritos e das coisas.
Sei que a ideia não tem grandes simpatizantes seja onde for no âmbito de qualquer autarquia.
Sei que, se me pedirem, terei dificuldade em encontrar exemplos do que afirmo ao nível do país.
Mas como também sei que nunca nos devemos nivelar por baixo e pelo que os outros fazem de errado, gostaria de ver a CMM a adoptar uma iniciativa inovadora, certamente passível de "aprofundar" a democracia e torná-la mais participativa, podendo mesmo dar a sensação que o BM é de todos e não só de alguns.
Não tenho qualquer interesse directo na coisa, pois não sou membro de nenhum órgão autárquico, e nunca fui ou serei candidato a nada mas, com toda a sincerdiade, gostaria de ver/ler a opinião de elementos das várias forças partidárias representadas, por exemplo, na Assembleia Municipal, sobre assuntos do interesse comum, sem estar à espera do espaço disponível e dos humores do Jornal da Moita ou de um eventual renascimento de O Rio. É que nem toda a gente tem meios para andar a ver os blogs. E também seria útil que as pessoas aparecessem individualmente a pronunciar-se e não apenas comunicados oficiais das estruturas partidárias a que só ligam os próprios autores ou os detractores destacados para o efeito. E que tal a promoção de debates "abertos" sobre assuntos de relevo local, sem os espartilhos formais das assembleias oficiais. Será que estas minhas ideias serão excessivamente "basistas", sem serem "celulares" ?
Mas lembremo-nos de dois aspectos fundamentais no (meu e aco que de muitos outros) conceito de democracia:

1) A maioria tem todo o direito a governar e a definir as linhas de rumo, mas as minorias têm direito a expressar-se e o poder não deve cortar-lhes os meios disponíveis para isso.
2) Uma publicação municipal - a menos que seja pura propaganda - deve reflectir todo o concelho e servir a todos os munícipes e não apenas a 48% dos que votaram.

Nesse aspecto, a agenda Maré Cheia preenche a sua função de forma mais correcta.
E não queria acabar sem relembrar que não adianta gritar contra os desmandos do poder central e o direito à indignação a nível nacional, criticando o acesso aos meios de comunicação social de alguns protagonistas de justas reivindicações, se a nível local, com uma posição de poder, fazem exactamente o mesmo.
Ou à coerência ou comemos todos.

AV1

Sem comentários: