quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Do que escrevemos quando escrevemos ?

Este homem está em todo o lado.
Já andou pelo O Rio, tem poiso regular no Jornal da Moita e Distrito Online e também faz uma perninha pelos meios de comunicação social do vizinho Barreiro, como é o caso do actual texto disponível no agora muito simpático e próximo Rostos Online.
É uma estrela em ascensão a que o "partido" tem recorrido para espalhar a sua mensagem e a quem auguramos altos voos, em especial quando se nota que procura moderar - por natureza ou estratégia não sei, pois nunca com ele privei - aqueles arranques de fúria trauliteira comuns em camaradas de outras gerações ou então em jovens de excessivo sangue na guelra e menos atentos às exigências de alguma civilidade dos novos tempos.
E claro que é um dos que "dá a cara".
Obviamente falamos do nosso estimado e estimável Nuno Cavaco.
Já nos interrogávamos sobre a sua menor presença na blogosfera local ou, pelo menos, um certo despachanço dos contributos.
A razão deve ter sido, fora o trabalho como responsável a vários níveis nas autarquias do concelho e a participação em reuniões partidárias, a produção deste texto cujo título é "A Injustiça".
Sobre o conteúdo não me vou pronunciar por agora (para mais a ideia que lhe serve de pretexto já tem uns bons tempos), pois prefiro ir-lhe pelas questões de forma, nomeadamente aquelas que eu tanto aponto como incoerentes entre o que se afirma - para consumo das questões locais - e o que se pratica - quando se trata de analisar problemas nacionais.
Recortemos algumas passagens:

«...quando algumas das maiores empresas portuguesas não declaram o que ganham...»
«...Para além de alguns “patrões” sugerirem a descida dos salários...»
«...todos sabemos que algumas dessas empresas são favorecidas pelo Estado...»
«... o altruísmo destes senhores, cuja ambição os leva a querer ganhar o mais possível...»

Em todas estas passagens se alude a situações que se adivinham do conhecimento do autor e que, da minha parte, até suscitam simpática adesão.
Já quanto à formulação do discurso, parece-me ser excessivamente vaga.
Citando-lhe o colega de blog João Figueiredo, "importa-se de concretizar por favor ?".
É que temos uma panóplia de artigos indefinidos e adjectivos, mas muito poucos substantivos e nomes próprios.
Aliás, citando de memória o próprio Nuno Cavaco, e sem o devido rigor da transcrição mas com o respeito pleno pelo sentido, em amiudadas trocas de opiniões pelos blogs sendo uma bem recente no blog do Brocas, impõe-se que diga os nomes, que lhe não fica mal, pois quem conhece tais situações e não as denuncia torna-se cúmplice delas.
Ou em concelho de bois, não se lhes gosta de colocar os nomes, a menos que seja em bloguistas chatos ?

AV1

Nota final perfeitamente gratuita: Os portugueses "já não aguentam o esticar do cinto" ou o "apertar" do dito ? Quando o cinto estica é porque se lhe aplica uma força centrífuga, digamos assim, de dentro para fora, do centro para o exterior. Já quando o cinto aperta, é porque é necessário aplicar uma força centrípeta, para as calças não caírem, por exemplo.
Detalhes, claro.
Minudências mesmo.
Picuinhices de mestre-escola como me chamava outro banheirense emérito e orgulhoso de "dar a cara".

5 comentários:

nunocavaco disse...

Quer nomes? Van Zeller, e agora o estimado presidente do BPI. Quanto ao discurso vago, o que escrevi é sobre a proposta de reduzir os salários em 10%, está de acordo, eu não e fui o que disse. Av1 eu não quero cargo nenhum, como já disse e escrevi e, quem me conhece bem sabe que é verdade. Mas vou aproveitar para fazer um desabafo, um "amigo" e estimado adversário político (não interessa quem, que as conversas na intimidade são de dois, não de três, perguntou-me, numa altura em que escrevi menos, porque é que não escrevia e eu respondi-lhe, por falta de tempo. Se já reparou, os meus artigos, que não são de qualidade jornalistica (até porque não sou jornalista), são feitos para deixar no ar o caminho para reflexões, pelo menos e olhando para o seu blog, consigo.

Um abraço

Anónimo disse...

Mas quando os outros fazem o mesmo sobre a situação local aparece todo "ofendido" e a querer que se apontem os nomes e que só se lançam suspeições e não sei que mais.
É que para consumo interno gosta(m) de pressionar para clamaremn contra as "acusações gerais", mas depois faz(em) pior do que o mesmo com textos como aquele.
O que o seu texto me suscitou não foram bem reflexões, foram perplexidades, porque aquilo sobre que escreveu qualquer pessoa minimamente informada sabe.
Os outros é que só com os "alguns" e "certos" e "determinados" não chegam a lado nenhum.


Aliás, e para ser franco continuo a achar muito curto o "nome" que dá, porque muito haveria a apontar a muito mais gente.
Porquê tanta timidez ?
Eu dou-lhe outros nomes de conúbios duvidosos política-negócios: Dias Loureiro, Murteira Nabo, Pina Moura, Celeste Cardona e como vê vai um de cada partido dos que esteve no poder nos últimos anos, mais um ex-camarada.
Mas

nunocavaco disse...

Mais uma vez, no meu entender os nomes não interessam o que interessa é o cálculo da produtividade, quando não se sabe a riqueza que se produz e a sugestão de "roubar" 10% do salário. Se toda a gente o sabe, porque é que alguns batem palmas?

Não me interessa denegrir ninguém, interessa-me a mim e ao P.C.P. consciencializar quem não o está. O Av1 não é um português médio, e além disso, o que é raro, tem opinião própria, não precisa de ouvir o telejornal, o artigo obviamente não é dieccionado para si, mas para quem anda "distraído".

Já agora e para ficar à espera, estou a escrever um, mais técnico e que só ainda não saíu porque pedi colaboração, é sobre ordenamento do território e a articulação entre planos, claro que a regionalização está implicita e claro que, quando sair vou ter bastante críticos à perna, mas o que quero é promover discussões construtivas.

Um abraço

AV disse...

Se é para defender a regionalização com base na criação de estruturas político-administrativas intermédias, por certo que vai levar no lombo.

Pena é que, em matéria de discussões, raramente se pronuncie sobre assuntos como a minha proposta sobre a "abertura" do Boletim Municipal ou a minha interrogação sobre o trajecto alegadamente "ribeirinho" das ciclovias municipais ou mesmo sobre as dúvidas do seu presidente sobre a participação dos munícipes na discussão do Orçamento.

Sobre esses temas, sim, gostava de o ver justificar a ortodoxia ou pisar a heterodoxia.

AV1

Mário da Silva disse...

E cuidado que Estado também são as Camâras Municipais e as Juntas de Freguesia e nessas também «... todos sabemos que algumas dessas empresas são favorecidas...» e muito.

Até mais.