quinta-feira, fevereiro 23, 2006

A lógica da batata





De acordo com a ANMP (Assoc. Nac. Municípios Portugueses), o aumento em 311 milhões de euros da dívida das autarquias no ano passado em relação a 2004, não se deve principalmente a práticas eleitoralistas mas à necessidade de se endividarem para assegurarem que certas obras financiadas pela UE avançariam e que os fundos europeus choveriam.
Ou seja, aproveiotou-se o ano de 2005 (apenas por coincidência de eleições autárquicas), para arrancar com obras de "encher o olho", porque assim se recebiam fundos comunitários.
É mais ou menos a ideia do reperfilamento da Marginal moiteira: para receber 800.000 contos da UE gastam-se 400.000 numa obra que, de outra forma, seria feita com Orçamento mais maneirinho, sendo que assim e havendo dinheiros europeus, alguns bolsos encherão com maior abundância e sentirão menos a crise de que alguns falam e que uns poucos dizem sentir.
É uma lógica aparentada daquela que nos leva a comprar dois frascos de gel de banho que demoram 6 meses a gastar, só porque à unidade ficam mais baratos. Ou que leva a comprar o pack de 5 t-shirts, das quais 2 ou 3 nunca serão usadas, por estão mesmo em conta.
Gasta-se mais, porque parece que sai mais barato.
Mas a verdade é que se gasta mais e nem sempre o uso o justifica.

AV1

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