segunda-feira, maio 22, 2006

Antropologia Taurina - O Zénite da Cultura

Como escolher palavras para descrever a emoção de compulsar nas mãos o papel brilhante de uma revista brilhante, repleta de matérias brilhantes.
Não há, não há!
Mas o AVP, apesar de toda a ironia e gozo, é tolerante para com os boiófilos e respeita a sua fé e a sua crença.
Por mim podem haver touradas, largadas, novilhadas, corneadas, tudo o que faz da Moita taurina o antro da moitice engalanada.
Mas, por favor não usem fundamentação teórica de 3ª categoria para justificar aquilo que mais não é do que um ritual sangrento em que centenas e milhares de bípedes se reunem para humilhar e sacrificar meia dúzia de quadrúpedes.
Largadas populares ainda vá.
Agora corridas de touros em que, mal se fala em desembolar os touros, começa tudo logo com Ai Jesus que o toiro é bravo!!!

Diz o inteligente, não que acabaram as canções como o cantava o Fernando Tordo a toque de Ary dos Santos, mas que a Tourada e a Festa Brava são Cultura.
Os Astecas também achavam que os sacrifícios de virgens o eram.
E o mesmo se passa com rituais como a excisão em certas zonas da África setentrional.
Mas não deixam de ser rituais bárbaros.
Não é que esteja a equiparar as coisas.
Mas o problema é que, quando estamos dentro da coisa, achamos que todos os argumentos são bons e válidos e só olhamos em redor do nosso umbigo.
As Touradas são o que são.
Para mim são como a Caça.
Apenas actos de cobardia colectiva em que os contendores não lutam de igual para igual.
São Cultura?
São Desporto?
E depois?
O Circo Romano também era a alegria da plebe, assim manipulada pelos patrícios com a sua política do Pão e Circo.
Vamos recuperar a tradição das lutas de gladiadores?
Ou o martírio dos cristãos nos dentes dos leões?
Se são as tradições que querem recuperar de grande aceitação popular, sejam elas quais forem, be my guest...

Zé Tércio (desculpem só aparecer agora mas a dupla Dr. House/Desperate Housewives é imperdível na Fox.)

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