O Jornal da Moita desta semana está entregue à Cultura.
Isto desta vez é que é uma investida em toda a linha.
Resenha acelerada do concerto de Lloyd Cole onde se lhe atribui o elogio do público português que "em especial na Moita" foi muito caloroso, o que nos faz adivinhar que ele nem calcula que actuou na Baixa da Banheira.
Mas há mais, muito mais: na página 5, o antropólogo do regime e aficionado-mor moiteiro disserta sobre o momento de crise no sector taurino e faz uma pungente defesa da tauromaquia como manifestação de cultura.
Ó homem, está bem! Ninguém discorda disso. O que está errado é reduzir a Cultura na Moita a apenas isso e andar sempre a dizer que a "imagem de marca" da terra são os touros quando isso é simplista e desnecessariamente redutor. Então a mudança do nome da revista que ajudou a fundar de Tauromaquia para Moita, Tauromaquia, por si só é todo um programa de intenções.
Mas susbstantivo é o artigo de Daniel Figueiredo, que disserta sobre uma obra de James Clifford sobre Cultura, mas que ficamos sem saber qual é: será a muito conhecida The Predicament of Culture: Twentieth-Century Etnography, Literature and Art (que seria de leitura útil a VPMendes, por exemplo, para aprofundar os seus conceitos culturais) ou a Writing Culture: Poetics and Politics of Ethnography que o citado autor editou com George Marcus?
Mas adiante...
O que aqui interessa é, um pouco como há coisa de quase um ano apontámos a um outro articulista banheirense, o carácter hermético do texto e o ecidente desajustamento ao meio utilizado.
Estarei a criticar por criticar?
Talvez, mas a verdade é que um texto destes no JM tem tanto sentido como uma entrevista ao Quim Barreiros na Revista Portuguesa de Filosofia.
Ou menos do que uma recensão crítica à obra de Clifford Geertz na Tauromaquia que sai esta semana.
É que fica por perceber o ponto, para além do olho narcísico no umbigo.
Mas desde que um homem (ou mulher) tenha vontade e o editor publique, deixa estar, sempre se dá a cara e se acrescenta um ponto no currículo.
AV1
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3 comentários:
Sabes que, eu estive a tentar ler o Jornal da Moita antes de vi aqui escrever estas palavras. Mas não passei disso, do tentar.
É um nojo, dá vomitos.
Sinceramente é o que sinto.
É a promoção da imagem, é o escrever Portulectual para que, o zé pedreiro ou o manuel bicicleta pensarem que eles são pessoas cultas, instruidas etc e tal e coiso. Vamos a ver e, inteligência emocional são como um zero à esquerda.
Mais uma crítica construtiva.
Homem, vai para casa, que as noites estão frescas e depois ainda te constipas e depopis a ranhoca e coiso e tal, ainda te entorpece mais os sentidos e a ainda acabas do lado errado da largada.
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