sexta-feira, maio 12, 2006

Estamos em Guerra Civil

E ninguém me informou.
Não fazia ideia da mais profunda trafulhice e dos meandros mais esconsos que por aí vão no mundo taurino no que trata à administração e exploração das Praças de Toiros.
Não sabia que o negócio era tão rentável que os concursos para a coisa metiam mais acusações e acções em tribunal que as empreitadas de grandes obras públicas.
Aquilo são os primos dos tios, dos genros dos cunhados que concorrem aqui, ali e acolá, mas depois descobre-se que afinal est não cumpria com as formalçidades requeridas mas ganhou, sendo que o outro ue não ganhou até pagava mais.
Tudo misturado com ligações preferenciais a agentes de cavaleiros, matadores, grupos de forcados, ganadarias e tudo o mais.
Muitos esquemas, muito dinheirinho a correr, sinceramente sem que eu perceba como, se, tal como no futebol, não me parece que haja mais assistência às boiadas de ano para ano.
O caso da Moita é - como seria de esperar - dos mais caricatos da temporada, pois mete ao barulho dois primos direitos, com uma providência cautelar pelo meio, por parte de um dos candidatos a presidente ao Conselho de Administração da Sociedade Moiteira de Tauromaquia, que ficou impedido de concorrer devido a incompatibilidades entre dois elementos da sua própria lista (!!!).
Entretanto, como Presidente da Assembleia Geral da dita sociedade continua o filho do anterior Presidente da Sociedade, acumulando ainda com as funções de advogado.
Depois há as tricas pessoais em que este acusa um outro de ter favorecido aqueloutro e lá vêem mais amuos.
Este tipo de coisas só me faz cada vez acreditar mais na minha ideia que esta malta dos touros não anda bem dos cornos, passe-se a expressão, que no entanto julgo adequada à situação.
E que, nos seus meandos retorcidos, realmente o mundo taurino moiteiro está mesmo à medida do próprio poder político moiteiro, na lisura de processos, clareza de estratégia e na transparência dos métodos.
No meio disto tudo, os touros é que continuam a ser as vítimas, espetados em público por uma cambada de marialvas armados em corajosos, mas que quando lhes desembolam os toiros fogem logo a sete pés.
Toiros de morte gostam, mas desde que não tenham, de os enfrentar de igual para igual.

Zé Tércio

1 comentário:

Anónimo disse...

A teia de relacionamentos não é só de familiares mas também de interesses autárquicos.

Porque será que a esposa de um dos interessados, advogado (actualmente com cargo suspenso) afirma a pés juntos(calçando Dior, claro) que nas últimas votou no Lobo as mando do marido, mas que nas próximas não precisa de ser mandada, vota ela e a familia toda, até o gato o cão e os cavalos.

Sr. José Tércio, reparou que falei em pés juntos, e não em tamanca e mão na anca, que isto é gente de sangue azul e brasonada.
O dinheiro pode não ser muito, mas que têm pergaminhos, têm, ninguém duvida.

E depois, o dinheiro há-de chegar, com a venda daquele terrenozinho nas Arroteias, frente ao Gamito, apesar de reserva ecológica, já existe à muito o protocolozinho, com a cedência para a CREM, blá, blá, blá...