Um gajo não pode negar...

... que é tuga na sua alma quando guarda a declaração electrónica do IRS quase mesmo para o último dia.
Rais'parta a engenhoca, que isto das novas tecnologias e tal é muito bom, mas continuo a gostar mais do velho papel.
Mas desde que me inseriram por duas vezes mal os dados de declarações convencionais no sistema e foi preciso uma trabalheira até provar que o que eu dizia é que era verdade, agora quero ser eu a meter lá os números e a fazer as cruzinhas.
O problema é que depois não tenho o papel a que me agarrar para me tranquilizar quando recebo uma cartinha das finanças para lá ir mostrar que só ganhei o que ganhei e que efectivamente gastei o que gastei.
Há uns anos foi preciso chegar ao chefe da repartição, o simpático senhor Manso, para alguém perceber que eu não posso ser obrigado a fazer o que a lei não obriga, mas apenas aquilo que ela determina.
E se as leis, mesmo as fiscais, andavam esburacadas, a culpa e as vantagens não eram propria ou principalmente minhas.
Agora é ao contrário. Isto não há buraquinho por onde passar um pulga anoréctica.
E este ano fiz progressos, só deu 12 erros à primeira tentativa de validação (o ano passado foram para aí uns 20 e tal), 6 dos quais porque digitei "0" e não "0,00" no anexo B.
Isto é que é sofisticação do sistema.
A parte mais gira é que depois reparei que as deduções eram num impresso separado, agora em conjunto com o velho H dos benefícios fiscais, e foi preciso fazer tudo de novo, porque não há a hipótese de acrescentarmos um novo impresso a uma declaração já iniciada.
Estão a ver ?
A malta que idealiza isto é muito esperta e não tem em conta palermas como eu.
Antigamente, bastava fazer os kms da praxe e pedir mais uns papelitos ao João Pedro na tesouraria.
Mas pensando bem, com o preço a que está o combustível, mais vale pagar o ADSL.
Mas, vá lá, já consegui voltar ao ritmo cardíaco normal e um par de aspirinas chegam para a dor de cabeça que já estava a apertar.
Bom dia, portanto e por fim.

Zé Contribuinte e Mal Pago