Os aficionados moiteiros reuniram-se e acham que devem preparar uma Fundação para as Tradições.
Nada contra a iniciativa e a conclusão, não fora a conversa não bater certo com a designação.
Ora concentremo-nos no essencial das intervenções:
Tirando o Raminhos, que ainda tem juízo, quase toda a gente se concentrou na sopa de rabo de boi, que é como quem diz só nas boiadas, taurinices e quejandos.
Com o antropólogo de serviço a "moderar" toda a gente parece muito unida em achar que os touros é que são a identidade da Moita, chegando-se mesmo a falar em tradições de "toiros de morte" pela palavra de um "historiador local" e em reclamar a serôdia designação de "Moita do Ribatejo" como uma necessidade (embora aqui nos fosse dada razão em relação à legitimidade da designação de "moiteiros" sobre a de "moitenses").
A tudo isto anuiram, ao que parece, os presentes como se de pérolas se tratassem.
Tudo muito repassado e marialva, muito fechado sobre o umbigo bovino e pouco mais.
Ora o problema é que uma Fundação para as Tradições, assim no plural, não pode ser feita a menos que se considerem outras tradições para além das tauromáquicas, a menos que o plural se refira à tradição da bosta, do rabo do boi, da pega de cernelha, do chifre pontudo e outras coisas assim.
Se é para criar uma Fundação paras as coisas dos bois, chamem-na enquanto tal e não se escondam por trás de designação pluralista.
Se é para criar mesmo algo para "as Tradições" não podem parecer um mero grupo de boiófilos com um ou outro convidado de ocasião, centrados no umbiguismo da Moita e esquecendo o resto. Por isso não enganem o povinho e digam o que querem e ao que andam.
Porque se é para criar uma Fundação, então criem algo como a FIAMBRE - Fundação dos Irredutíveis Amoitados e Moiteiros Boiófilos Regionalistas Encalhados.
Não disfarcem e peguem a coisa pelos cornos.
Não se fiquem por rabejar à volta do bicho.
Zé Cabra
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