Para os mais atentos hermeneutas do que aqui vai passando da vida pessoal dos editores deste blog, não é segredo que entre outras actividades, trabalho num projecto que envolve várias pessoas que se reunem mensalmente para o ponto da situação do que foi feito e é preciso fazer, aferir critérios de conduta, patati, patatá...
Também por aqui já disse que o trabalho devia estar concluído em final de 2005.
Na reunião de Novembro de 2005 soube-se que, afinal, pois as pessoas têm dificuldades em fazer tudo e tal, ficava para Março de 2006.
Entretanto, eu lá entrego a maior parte do meu contributo em Fevereiro e prometo entregar o resto no dito prazo.
Ah, não... afinal a coisa fica para Junho, que é para coiso e tal aproveitar-se até ás férias e nas férias então junta-se tudo e pronto.
Estúpido, hoje lá fui eu com já tudo alinhado para entregar ou muito perto do final.
Ah... afinal fica para Setembro, pois afinal sempre há umas outras pessoas que foram convidadas e tal, vamos dar-lhes tempo para se integrarem e etc e troca o passo.
Mas afinal, isto não era para estar acabado?
Ainda andam em convites e simpatias para todos os conhecidos com que se cruzam no café?
Está decidido, os 20% que faltam da minha parte só serão entregues quando choverem canivetes no Outono, porque já percebi que a "obra" vai acabar um ano depois do prometido.
E a "encomenda" é de uma instituição pública, teoricamente séria, pois, pois, pois...
Para que ando eu a perder tempo, a planificar o meu trabalho, se tudo isto me parece não passar daquele velho sistema nacional de nunca cumpriri o planificado e encavalitar o máximo de compinchas no autocarro?
Realmente, ando a precisar de emigrar para um país onde, para além de relógios, percebam para que serve um calendário e um cronograma.
Zé Lixado
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3 comentários:
Meu caro, seja bem vindo ao mundo da gestão em Portugal. Onde que leva 6 meses a fazer se faz em 4, onde que tem um custo de material de fica com uma "atenção especial" em x-y%, onde o que necessita de pessoas com tais qualificações se faz com pessoas sem qualificações, etc, etc.
E no final como sabemos, não existe uma definição concreta do que se quer, as pessoas não tem as qualificações necessárias pois a equipa proposta foi substituída por estagiários, afinal o custo acaba por exceder largamente o valor ornamentado e o tempo, por vários motivos e factores, é igualmente excedido.
Em Portugal não tem uma data de conclusão, vai-se acabando.
E depois fala-se em baixa produtividade, mão de obra mal qualificada, produtos mais caros, projectos que não arrancam, etc,etc.
Dois exemplos do que se passou hoje, aqui com o "je"
1º - Reunião marcada para as 10:00.
Uns desmarcam na véspera, outros nada comunicam e vem pedir que a reunião se faça as 12:00, mas só pode ser 30 minutos porque tem de ir almoçar.
2º - Almoço marcado para as 12:30.
AS 12:30 começam a chegar, as 13:00 começamos a almoçar e as 13:30 chegam os atrasados.
Como alguém disse uma vez, quando se marca algo para uma hora, não quer dizer que se está lá antes ou aquela hora exacta, mas sim que se esta lá depois daquela hora.
A Gestão de tempo/calendário é algo muito importante e a que se da pouca importância.
Só não sou bem-vindo a estas coisas, porque há muito que conheço o método e com muita antecedência tendo a mandar o meu trabalho ou a ir entregá-lo e "adoecer" no dia certo.
Nos anos pré-Expo, colaborava num grupo com gente de várias nacionalidades e, por regra, só estávamos lá dois portugueses a horas, o que trabalhava mesmo no sítio e eu. Os outros iam chegando, mas como eram os chefes e os que distribuíam as migalhas, a malta esperava.
Zé
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