segunda-feira, setembro 04, 2006

Há coisas que me transcendem...

... e uma delas foi a declaração na RTP de uma qualquer Coordenadora de um organismo contra a Infecção pela SIDA que os níveis de sexo não seguro se devem ao custo das caixinhas de preservativos.
Ora bem, eu nem desdigo que as famosas camisinhas estão meio carotas e quem as fabrica poderia fazer a coisa por menos.
Só que, por amor de todas as alminhas, nós devemos colocar a questão do preço da coisa em relação com os inconvenientes que a sua não utilização pode acarretar, nomeadamente uma doençazita sexualmente transmissível mais ou menos letal ou mesmo uma gravidez indesejada, tudo "coisitas" que acabam por sair um bocadinho mais caras do que o par de euros pela dita caixa.
Para mais, a transmissão da SIDA com base em relações sexuais não protegidas, para além do que ocorre no meio familiar por manifesta ignorância ou mera estupidez dos parceiros infectados, resulta em muito do recurso à prostituição ou a práticas de sexo ocasional em que, vamos lá ser sinceros, o custo do preservativo é meramente marginal.
Por isso, se alguém não usa preservativo em situação de risco, não me venham dizer que é só por causa do preço, pois há muita indigência mental à mistura.

AV1

4 comentários:

Anónimo disse...

O que é certo é que, entre o preço que elas custam, e o preço a que chegam ao utilizador final, vão margens de comercialização de + de 1000%.
Além de que, nos postos médicos basta pedir no Planeamento Familiar.

AV disse...

Exacto, mas malta avergonha-se...

AV1

Peliteiro disse...

Algumas questões:

A lei da oferta e da procura não funcionará nos produtos de Saúde?
A Farmácia não é um mero estabelecimento de retalho (Correia de Campos dixit)?
Porque preferem as pessoas as Farmácias, mesmo sabendo que pagam produtos mais caros?
Qual será o peso na estrutura de preços dos preservativos do atendimento por um licenciado, vs atendimento por pessoal indiferenciado com contrato de trabalho precário?
O programa de aumento de acessibilidade e de concorrência na comercialização de produtos de Saúde, supostamente fomentado por este Governo, será um fracasso?
A distribuição gratuita de preservativos nos Centros de Saúde e Hospitais e etc será universal e eficaz?
Deverão os Farmacêuticos ser coagidos a vender, também, os muito baratos preservativos de tripa de carneiro?
Quererá, por obséquio, o Coordenador propor um subsídio por acto sexual protegido ou a instalação de salas de sexo assistido?

AV disse...

Eu sou pelas "salas de sexo assistido".
Sinceramente acho-as bem mais´interessantes que as salas de chuto assistido.

AV1