O povoamento contemporâneo da freguesia de Alhos Vedros foi sempre algo disperso devido à sua extensão, apesar do núcleo central da chamada "vila". Nas segunda metade do século XX foram surgindo ou crescendo núcleos com origens mais ou menos antigas, o Campo da Forca/Bairro Gouveia, a Vinha das Pedras, as Arroteias, as Morçoas e, por fim, a Fonte da Prata, não esquecendo obviamente as zonas menos populosas da Barra Cheia, dos Brejos Faria, do Bairro Francisco Pires, etc.
Mas digamos que dentro de "Alhos Vedros" a partir dos anos 70 tínhamos as Morçoas a nascente, as Arroteias, o Bairro Gouveia e a Vinha das Pedras para lá da linha do comboio e o "Forno da Cal" a fechar as hostilidades a poente.
Apesar desta dispersão e de algumas distâncias a percorrer, a circulação das pessoas sempre se fez com alguma facilidade.
Com o aumento populacional e de trânsito, bem como com algumas exigências da "modernidade" é que começaram diversos problemas que acabaram por espartilhar completamente algumas zonas de Alhos Vedros, em especial devido à evidente falta de boas soluções para facilitar a mobilidade de pessoas e veículos. Se entre as Morçoas e a "vila" as coisas sempre se vão componto, ou entre as Arroteias, o Bairro Gouveia e as actuais "vilas" ou a Vinha das Pedras ao mesmo acontece, já o mesmo não se passa quando é necessário passar de um dos lados da linha férrea para o outro, com duas situações de estrangulamento ou má circulação evidentes.
A primeira delas é a continuada falta de solução para a distribuição do trânsito entre as Arroteias e as Morçoas, na zona da EN, com aqueles entroncamentos complicados na zona da bomba de gasolina, com permanentes riscos acrescidos para peões e chapa batida entre automóveis. Para não falar no facto de os melhoramentos na Nacional terem ficado lá atrás, servindo apenas até à semi-deserta nova Quinta da Fonte da Prata, sinal mais do que evidente de que a aposta na suburbanização não é a ideia mais certa para os tempos que correm.
A segunda passa-se com o "corte" entre o Bairro Gouveia e a Vinha das Pedras e o núcleo central da vila de Alhos Vedros. É certo qu a então CP foi responsável pelo fecho das passagens de nível, mas a solução alternativa - seja quem for que foi o responsável - deixou muito a desejar a vários níveis, desde o desenho viário, ao enquadramento paisagístico, não esquecendo a falta de fluidez que obriga a esse tipo de trânsito.
Com a abertura do Modelo e outras superfícies comerciais e as obras de remodelação da Estrada Nacional parece querer solucionar-se a parte mais simples que é a circulação entre a Baixa da Banheira e essas superfícies, o que é natural em termos de atracção de consumidores. Já no que se relaciona àcirculação para Alhos Vedros, Vinha das Pedras e Bairro Gouveia nada parece ter tendência a melhorar, muito pelo contrário.
A forma como se pretende intervir na zona da vala que desagua no Cais Velho, a evidência de ser necessário cortar um canto ao Parque das Salinas, para não falar na própria localização da superfície comercial, exageradamente em cima da dita vala, faz adivinhar a existência de problemas a curto prazo.
Desde logo porque não basta o alarido em volta da obra e a sua execução para lhe garantirem qualidade.
E quem lá passa agora todos os dias sofre pelo facto de não ter sido feita a obra antes do "negócio".
E, para quem olhar com um pouco de atenção, nota-se bem por onde tudo aquilo pode vir a dar o chamado "buraco".
Mas quem sou eu, que nem consegui chegar a engenheiro de obra feita, para colocar em causa a visão estratégica dos poderes públicos e privados deste concelho à beira mar plantado?
AV1
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