Normalmente gosto que as coisas sejam consideradas de forma equivalente, quando os parâmetros são os mesmos.
Por isso gostaria que não existisse um duplo padrão em relação ao que se tem estado a passar em França nas últimas noites, com diversos motins e actos de vandalismo pretensamente praticados devido á eleição de Sarkozy para a presidência francesa.
É que eu acho que quem defende que algumas maiorias não devem ser perturbadas no seu funcionamento, nem escrutinada a transparência dos seus actos correntes e outros mais extraordinários, exigindo que todos apareçam em público de cara lavada e requerimento formal na mão, não podem depois apoiar manifestações de desordem pública só porque são praticadas contra uma maioria que lhes desagrada.
Porque ou à moralidade ou comem todos pela mesma medida.
Ora a hipocrisia reinante em certos círculos ideológicos é aquela em que tudo é relativo. Se for contra as maiorias dos outros é legítimo no direito à indignação e à violência, enquanto se for contra as nossas maiorias, até uma opinião discordante é má.
Portanto, quem critica os neo-fascistas do PNR por simplesmente dizerem disparates, não tem grande moralidade para legitimar as acções dos que praticam mesmo alguns disparates.
No meu caso, sou favorável à crítica a todas as maiorias, no exercício de uma cidadania permanente, que não passa por partir cabines telefónicas e incendiar carros de gente tão desfavorecida (ou mais) como aquela que se afirma em revolta. Para mim, isso não passa de estupidez.
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1 comentário:
A violência não tem obviamente qualquer justificação, mesmo sabendo que o novo presidente francês considera os jovens dos bairros pobres, escumalha. Assim acabam por perder a razão.
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