domingo, novembro 11, 2007

A vida está má? Para quem?

Parece que houve uma conferência na Moita com um tema muito interessante, conforme se pode ler na edição digital de O Rio:

«A Comissão Concelhia do PCP promoveu um debate sobre "A Situação Económica e Social do Concelho da Moita: Que Futuro?", no dia 10 de Novembro, no Auditório Fernando Lopes Graça, na Moita.»

Depois temos um diagnóstico interessante da situação:

«“As dificuldades que o País atravessa, a vulnerabilização e crescente dependência da economia nacional, o continuado agravamento da situação social, o persistente aumento das desigualdades e injustiças sociais, associados a uma elevada taxa de pobreza, são o resultado da política de direita que tem conduzido o País ao declínio, à estagnação económica, ao retrocesso social e ao avolumar das injustiças”, lê-se no documento-base da Conferência, proposto à discussão do Partido.»

Concordo com aquela das injustiças sociais. O meu carrinho já precisava de ser mudado, pois está com quase 150.000 km e ter cá uma catarreira que se ouve à distãncia e nem sei se vai conseguir passar em mais uma Inspecção Periódica. Mas a vida está difícil e não há pilim para o trocar.

E depois até o senhor vereador, dizem que economista de nomeada lá em casa (ainda gostava de saber ao que corresponde a designação, se a uma licenciatura se a uma prática profissional inexistente), declarou, em forma de ensaio de ficção científica neo-realista, que:

«O vereador municipal, Rui Garcia, economista, referiu ao nosso jornal a evolução que se perspectiva no concelho ao nível do emprego: “Após o período de maior crise que correspondeu ao encerramento das fábricas têxteis, nos últimos seis anos, o concelho tem vindo a registar um crescimento não muito acelerado mas constante do emprego. Este aumento resulta do crescimento de algumas das empresas instaladas e do aparecimento de novas empresas, devido às melhores acessibilidades, à implantação na zona de algumas empresas fornecedoras da Autoeuropa e a outros factores favoráveis”.

E por fim temos as conclusões que se iniciam assim:

«“Na actual situação e com os actuais constrangimentos, quais as políticas locais para o município e freguesias do concelho, onde os comunistas são poder, enquadrados no seio da Coligação Democrática Unitária – CDU?”. E muito naturalmente, propõe-se prosseguir o projecto autárquico iniciado imediatamente após 25 de Abril de 1974, “para continuar a merecer a confiança das populações”, sublinha.»

Por actuais constrangimentos, leia-se a impossibilidade de gastar mais do que 120.000 contos em novos carrinhos para os eleitos e chefias da CMM.
É que foi cá um constrangimento, porque queriam ter todos Volvos e não pode ser, diz que era muito caro e os constragimentos do poder Central e do PIDDAC não permitem reduzir mais as verbas a dispender em coisas supérfluas e canalizá-las para o que é essencial e que, naturalmente, é o conforto dos ditos eleitos e suas chefias de confiança.

3 comentários:

Anónimo disse...

É a vergonha que nos governa, seja aqui no concelho, seja no parlamento ou em qualquer outra câmara. Todos roubam ao povo para se encher.

Zelupi disse...

Acho que não foi mal de todo.
Podiam-se ter lembrado de juntar o útil ao agradável e o segundo carro do presidente ser um Lexus Híbrido...

Anónimo disse...

Lexus é Toyota logo não dava.