segunda-feira, novembro 14, 2005

Recordações míticas

Há uns tempos falei das idas a Badajoz da minha tia e houve logo quem levasse para as más-intenções.
Nada de mais errado.
Apenas se evocavam, de outra forma, as míticas excursões que, durante os anos 70, partiam da nossa zona com destino a essa notável cidade fronteiriça castelhana, com o objectivo de trazer de lá o máximo de mercadoria vendável que conseguisse passar no posto da alfândega, de caramelos toffe nata (daquele que se colavam aos dentes e até faziam saltar as próteses dos avôs e avós) a enormes peças de tecido para cortinados e toalhas, não esquecendo aquelas mais do que fabulosas tabletes de chocolate (com ou sem amêndoas ou amendoins) que sabiam a sabonete Heno de Pravia.
O que aquela malta trazia debaixo das saias, dos bancos das camionetas, por debaixo da comida dos cestos do almoço, etc, etc, era algo que desafiava e ainda desafia a nossa imaginação.
Assim como a pretensa cegueira dos guardas fronteiriços.
Mas isso era no antigamente.
Agora as excursões são outras e por entre 10 a 20 euros, já nos oferecem cestas de Natal, bailes, visitas guiadas, garrafas de tintol, nacos de presunto e queijo, tudo, tudo, desde que se engula depois uma "sessão comercial" destinada a recuperar com juros o investimento.
No caso em apreço até prometem a visita do Pai Natal.
Penso, pois, que seja uma visita para jovens dos 7 aos 77 anos, porque acredito que a quem se oferece vinho já a vinda do Pai Natal não traga aquele velho entusiasmo...

AV1 (o excursionista acidental)

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