terça-feira, novembro 01, 2005

A Tomada de Posse

Chegou-nos, por fim, na primeira pessoa um relato impressivo da tomada de posse realizada no passado sábado, no Pavilhão Municipal de Exposições. O texto é memorável, não só pelo que descreve, como pela qualidade da prosa. Obrigado a(o) Moita Alerta.

«Olá pessoal, parabéns pelo v/blog neste cinzentão concelho. É do melhor que se faz no distrito, para mentes não enferrujadas tipo “enMadeiradas”.
Pediram colaboração em quem estivesse estado no evento mais in do Concelho da Moita, tipo “Hollywoodesco”, pois aqui vai a opinião de um independente que lá esteve. Sobre a tomada de posse do jovem aposentado, seus acólitos, alcoólicos e melancólicos opositores, eu estive, eu vi, entre outros por exemplo:
Um ambiente tradicionalmente Moiteiro de opulência, numa sala muito “in”(paga Zé), que foi criada para a Feira da Vaca, mas dá também para acompanhantes e outros; O grupo Coral Alentejano da BB, para anestesiar o pessoal (e curioso, já não cantam o Grândola Vila Morena, porque será?); O também aposentado bimbo Joaquim Gonçalves, mais o seu “sexy” bigode, a abrir os boçais discursos da praxe (o que é que ele disse?); O nervosismo entre eleitos, do tipo "sorrio, que remédio, mas tenho que levar com estes filhos da p… que não suporto e eles a mim" (dá para todos); Um Lobo que discursa e, entre uma série de disparates (entre as quais o toque ao governo, representado pela jeitosa governadora civil, da injustiça da redução de verbas para as autarquias, sacrifícios são só para os outros, a megalomania das obras sumptuosas na Moita, as rotundas a martelo, as flores pré-eleitorais, tinham que continuar, bem como as gajas do partido e gajos parasitas, que vieram de várias câmaras do país em que eles perderam, mas que algumas gajas são boas lá isso são, têm que ser pagas, agradece à CDU (infeliz acto) e deixa entender que aposentado, mais bem pago que nunca e com o futuro assegurado, a obra vai continuar. O mega-pavilhão desportivo da BB vem aí.
Para AV nem uma palavra, para quê, há a ponte entre a Moita e a BB, por baixo fica o loiro artificial da Fernandinha Gaspar, que diz sempre “não passa nada”, coitada, não pareceu muito feliz, diz-se que queria ir para vereadora e deixar a nora no seu lugar da Junta ..
E assim foi, uma senhora empregada, sensaborona, leu o nome, naturalidade, morada, BI e data, de cada um dos eleitos (que seca, seria preciso tanta m….) e depois procedeu-se à eleição da Mesa da Assembleia Municipal. ".
Listas, uma da ANP local (perdão CDU-PCP) que ganhou com 18 votos e contou com 2 renovações (entraram a Mónica Vilhena, convém manter mais calada, às vezes é embaraçosa para o PCP, e outra jovem. Saíram o Pedro Garcia, que até faltou à tomada de posse, e o Diamantino Patarata. Dois ortodoxos para a bancada) e outra do PS que perdeu com 8. Os 2 do BE (o Chora faltou) e os 2 moiteiros do PSD/CDS votaram em branco. Palminhas e acabou-se, vamos aos abraços, beijinhos de ocasião e cumplicidades e ternura (onde o Lobo até se emocionou, lacrimejou mesmo, o outro fez beicinho e chorou, e (ah) beijaram-se - refiro-me a um senhor que foi ou é assessor do sr. presidente, um senhor de tês morena, pró-gorducho, simpático diga-se - ). O Lobo e matilha ainda está para saber "como é que isto foi possível, saiu-me mesmo a sorte grande, 1º foi o outro (garrafão ambulante) que se pirou deixando-me esta bela herança, depois foi esta vitória estrondosa que ninguém esperava por estes números, e por fim a aposentação das 600 e tal “mocas” por ês, é o euro-milhões, é o euro-milhões…
Ah, a senhora dos cartazes gigantes, a do “estamos taco a taco” (referia-se ao taco gasto em propaganda, aí sim, ela e a CDU devem ter estado taco a taco nos gastos (quem pagou quem foi! Quem jogou nos 2 tabuleiros quem foi!), coitada parecia uma defunta, velha curvada sobre a pesada derrota, ainda a tentar encontrar respostas (principalmente que lhe agradem e lhe permitam novos voos, que isto do Barreiro já deu o que tinha a dar e a Amélia do Montijo e ela não morrem de amores uma pela outra…), muito pouco saudada pelos seus acólitos (há alguns já em rota de colisão, diz-se e mesmo em bater de asa.
E por isso o Vítor Cabral não apareceu lá, coitado ficou à “porta”, ele que punha sempre o seu melhor fato de catequese e a sua gravata da loja dos chineses e aparecia em tudo o que era evento da câmara, foi um incompreendido, não lhe relevaram o esforço de ter trocado o PSD pelo PS é que foi. E vários opositores da senhora dentro do PS nem para ela olharam e divertiam-se nos corredores a cortar-lhe na casaca e a dar os parabéns a tudo o que era CDU ou BE, que jeito deu…
E por fim, fomos para o beberete, a forcadagem não dá apoio sem copos e canapés, uma nova elite nasceu na Moita, a coligação Comunista-tauromaquia-ex-fascistas verdes, e já começou a dar frutos.»


Moita Alerta

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