sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Fundamentalismos há muitos !




Foi notícia recente, o protesto de grupos fundamentalistas islâmicos em relação à forma como o seu profeta Maomé foi retratado no Ocidente em diversos cartoons.
Mas o fundamentalismo não se fica por aí. Nos EUA, Tom Toles publicou em 29 de Janeiro no Washington Post o cartoon reproduzido, o que levou a uma revoada de protestos da administração Bush e das chefias militares americanas (reprodução da carta aqui) quanto à forma como é apresentado um soldado amputado e Donald Rumsfeld, secretário da Defesa.
Em todos os lados, sendo legítima a discordância quanto ao gosto ou à opinião de quem exerce a sátira, começa a notar-se o avanço da intolerância para com a liberdade de expressão. No caso americano, a forma brutal de usar os (não assumidos) mecanismos censores do Estado fizeram com que a vaga de multas quanto ao uso de linguagem imprópria afastassem Howard Stern da rádio convencional, obrigando-o a recorrer a uma modalidade de rádio por satélite paga, como os canais televisivos, após 30 anos de actividade e inúmeras contendas judiciais com o poder político, em especial quando os Republicanos o detêm.
Mas os exemplos poderiam repetir-se com facilidade e nem sempre a fronteira entre a crítica ao gosto e a acção repressiva é muito clara, em especial quando a crítica emana de quem tem o poder de multar, reprimir, prejudicar profissional e economicamente ou assediar judicialmente.
O fundamentalismo e os watchdogs dos regimes que se afirmam possuidores da Verdade Única estão por todo o lado, e nem sempre o percebem.

AV1

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