quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Parvónia à força !





Sou um viciado em tudo o que é papel impresso.
Livros, revistas, jornais, tudo o que cheire a papel e tinta.
Só não colecciono listas telefónicas porque ocupam muito espaço.
Mas tenho preferências, como é natural.
A revista Vanity Fair é uma delas. A maior parte das capas são fabulosas, em particular as de números especiais e as que usam composições de Annie Leibovitz.
A edição americana deste mês traz uma foto desdobrável em tríptico com o estilista Tom Ford e as musas Keira Knightley e Scarlett Johansson não como vieram ao mundo, porque agora estão muito mais crescidas e apetecíveis.
A tristeza é que, num raio de umas dezenas de km só por acaso posso comprar a dita revista.
Os press-centers dos centros comerciais cada vez optam pelas revistas de grande consumo e racionam o que interessa.
O resto das papelarias nem conta para o efeito.
No Montijo, a Vanity Fair às vezes aparece em exemplar singular.
A Bo-Doi desapareceu por completo, subitamente, quando antes chegavam cinco.
A Esquire inglesa por vezes aparece, por vezes não.
À Atlantic Monthly não ponho olhos em cima há muitos meses.
Em contrapartida tenho 234 revistas de informática, 176 de carros e 98 de bordados, ponto-cruz e lavores diversos, não esquecendo umas coisas inglesas estranhas, ao pé das quais as nossas Caras, Lux e Vip parecem revistas de alto gabarito.
Se for a Almada, com sorte e no dia certo, talvez encontre alguma coisa.
Caso contrário, resta ir a Lisboa.
O que, convenhamos é ridículo. E sai caro, se não houver outro pretexto.
Porque se eu tentar assinar a revista, como já fiz, o rapaz-carteiro encarrega-se de me destruir pacientemente cada exemplar ou enfiá-lo da forma menos óbvia e mais retorcida na caixa do correio.
E viva, pois, o reino da Parvónia !

AV1

Sem comentários: