segunda-feira, agosto 21, 2006

Já se vai percebendo....

«Investigação em Setúbal prevê 'queda' da câmara
(Paula Sanchez e Pedro Correia)

A Inspecção-Geral da Administração do Território (IGAT) recomendou a dissolução da Câmara Municipal de Setúbal e a perda de mandato dos vereadores, incluindo do presidente, Carlos de Sousa.
O autarca, segundo confirmaram fontes do DN, deverá apresentar a demissão nos próximos dias, depois da apreciação negativa feita pelas estruturas regionais do PCP ao trabalho desenvolvido na autarquia. As mesmas fontes admitem também que para essa apreciação muito contribuiu a proposta de perda de mandato e dissolução da câmara feita pela IGAT. Carlos de Sousa deverá cumprir agora uns dias de férias, mas já arrumou o seu gabinete e despediu-se dos colaboradores mais próximos. A apreciação negativa das estruturas regionais do PCP recaí também sobre Aranha Figueiredo, outro vereador da CDU na câmara, cujo relacionamento com Sousa há muito se vinha deteriorando.
As conclusões da IGAT surgem na sequência da investigação ao casos das reformas compulsivas, alegadamente combinadas entre o Executivo municipal e mais de seis dezenas de funcionários da autarquia.
O assunto está a ser investigado há dez meses pelo Ministério Público que, no decorrer das diligências e de acordo com as informações recolhidas pelo DN, deparou com novas irregularidades no município sadino, designadamente relacionadas com a admissão de pessoal

Muito mais palavras para quê?
Para explicar que a "apreciação negativa" e o empurrão partidário para a demissão surgem para que o empurrão não seja outro.
E no meio disto tudo, claro, as manigâncias em volta do "pessoal" que, mesmo justificadas pelas necessidades da "confiança política" deram em alguns caos consequências trágicas.
É o que faz a completa partidarização dos serviços autárquicos neste país, que acontece em todo o lado.
Muitos técnicos contratados não passam de funcionários partidários pagos com dinheiro do Estado. Não acontece só em Setúbal, nem apenas com uma ou outra força partidária, é certo. Tanta e tantas histórias, muitas coinhecidas na primeira pessoa.
Tantas, tantas.
É um triste hábito de clientelismo instalado.
Os que chegam querem as cortinas todas da mesma cor e, se não conseguem deitar fora as velhas, metem novas por cima.
Depois muda o cenário, e lá vem novvo gosto.
Tudo pago pelo dinheiro público. Não admira depois que as contas resvalem.
É tudo muito exemplar e só dá mais nas vistas porque é numa das maiores autarquias do país.

AV1

Sem comentários: