terça-feira, agosto 29, 2006

A nossa Economia é um Sucesso

Pelo menos é o que aparenta pelo número de jornais, revistas e outras publicações especializadas sobre o nosso sector económico.
São pelo menos dois jornais diários, mais um ou dois semanários, dependendo do tipo de formato, mais várias revistas mensais.
Ele é Diário Económico, ele é Jornal de Negócios, Vida Económica, Exame, Prémio, Valor, Economia Pura e mais umas quantas que nem sei se ainda existem ou não. Fora os suplemntos de Economia dos "jornais de referência".
Comparativamente com o desporto, eté parece que o povinho só discute downsizings e cash-flows à mesa do café e não se deve ser o Gil Vicente, o Belenenses ou o Leixões a jogar com o Benfica e se o major Valentim é um aldrabão em ponto médio, grande ou muito grande.
O desporto, mas em especial o futebol alimenta e bem três jornais diários, mas pouco mais, visto que as tentativas de revistas nacionais - de que a Doze foi um dos últimos exemplos - morrem ao virar da esquina.
A economia até parece que é assunto que atrai dezenas e milhares de leitores.
E depois existem imensos colunistas sobre estes assuntos, sempre capazes de escrever as maiores inanidades como se de pérolas de sabedoria se tratassem.
Uma lista de bacoradas puras e duras semanais penso que seria mais longa que a de todos os futebolistas e treinadores nacionais de futebol, mais o presidente do Gil Vicente.
É óbvio que não é assim e que muitas destas publicações não passam de projectos vagamente jornalísticos, mas que não passam de testas de ferro dos grupos económicos que as alimentam, lhes dão as notícias que desejam divulgar, que pagam generosas fatias de publicidade e que em troca têm direioto a colocar os "perfis" dos economistas e gestores que afirmam ser "de sucesso", numa quantidade que chega para corar de inveja qualquer país do G-8.
Não sei como é possível escrever tanto sobre um sector que quase não existe, que vive de meia dúzia de empresas, com um restrito grupo de gestores de topo recrutados entre os que realmente percebem da coisa - muito poucos - e ex-membros dos vários governos, úteis para alimentar grupos de pressão e explicar como se sacam fundos comunitários.
Mas a verdade é que o sector parece andar de vento em popa e garanto-vos, por testemunhos em primeira mão, que há quem continue a desfrutar de belos "favores", desde viagens ao estrangeiro para "cobrir" determinados eventos que ninguém percebe bem o que são até "brindes" que aterram com generosidade em certas redacções como manifestação de reconhecimento pelo esforço feito em dourar certas notícias.
Enfim, os negócios como de costume num país de (semi?) periferia, óptimo para os verdadeiros e economistas fazerem encontros e jogarem golfe.

AV1

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