sexta-feira, fevereiro 03, 2006

AVP Erudito




Grande livro a pequeno preço (2,5€), de acordo com a tradicional técnica de compra deste pindérico que assina por baixo.
Boa análise da evolução da arte e técnica de lisonjear para conseguir atingir os objectvos.
Vejamos aqui um excerto, parcialmente baseado em outro autor (Edward E. Jones). O termo insinuação é usado no sentido em que o acto de insinuar algo não perfeitamente verdadeiro, com o objectivo de agradar ao interlocutor:

«A insinuação, refere Jones, é um lubrificante social. Esconde e camufla o que realmente está por dentro. A transparência é perigosa. "Os benefícios da clareza de informação", diz Jones, "seriam comprados a um custo que seria intoleravelmente alto, do ponto de vista da manutenção do sistema social". Noutras palavras, a franqueza é perigosa. Um pouco de insinuação na interacção social dá-nos a todos mais espaço de manobra e para respirar. Permite-nos manter as ilusões. É mais amável e mais gentil. Faz com que todos fiquem felizes, poiius, quando ocorre uma insinuação bem sucedida, o alvo sente-se mais feliz e mais seguro e o insinuador sente-se bem sucedido. Todos ganham.» (Richard Stengel, Breve História da Lisonja, Lisboa, 2002, p. 277)

Talvez agora se perceba que muita gente fala por aí em insinuação num sentido pejorativo, que não corresponde necessariamente ao sentido acima descrito.
O sentido acima descrito está, contudo, bem presente entre nós, sendo muito usado pelos chamados nalguinhas e por outros donos de discursos redondos na nossa praça.

AV1

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